Filipe Luís cita calendário para ausência de Arrascaeta no Flamengo: "Menos de 72 horas para descansar"

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Num clássico de baixo nível técnico, Flamengo e Botafogo empataram por 0 a 0, e o Palmeiras abriu quatro pontos na liderança. Após o jogo deste domingo, o técnico Filipe Luís analisou a partida e culpou o calendário pelo desempenho rubro-negro. Ao citar a ausência de Arrascaeta, ele lembrou da sequência de jogos que o clube está vivendo e tentou explicar ao torcedor sobre a situação atual.

— Ficou bem evidente o momento, a semana. Jogamos sábado contra o Bahia e quinta-feira na Libertadores para depois jogar domingo. É uma coisa inexplicável. Sempre falei: ter muitos jogos, calendário cheio, é um privilégio. Tem times que, quando acaba o Estadual, não têm nada para jogar.

Tivemos menos de 72 horas para descansar. Enquanto a perna tá fresca, o futebol está ali. Mas do jeito que está, o torcedor se acostume, os melhores não vão estar no campo. Hoje não conseguimos ter o Arrascaeta, não tem condição de jogar. Bruno Henrique tá no sacrifício, Alex Sandro no limite, zagueiros no limite.
— Filipe Luís, técnico do Flamengo

— Temos muitos desfalques, que não servem como desculpa. O adversário nos causou dificuldade e diria que foi um primeiro tempo equilibrado, onde a gente equilibrou. No segundo tempo, a partir do minuto 15 em diante, eu perdi a mão do jogo, ficou um pouco caótico. Posições não estavam sendo respeitadas e já não era o que eu gosto.

Ainda sobre a ausência de Arrascaeta, Filipe Luís falou sobre a busca por um substituto para o uruguaio e que a preparação para o clássico contra o Botafogo passou por uma avaliação sobre como conseguir montar a equipe sem o camisa 10.

— Eu não penso porque o mercado está fechado, só posso pensar no próximo jogo. Pensei essa semana toda no Botafogo e em como resolver o jogo sem o Arrascaeta. Ele tentou até o final, mas não consegui. Com certeza estamos no mercado olhando qualquer tipo de opção para meias, volantes e atacantes. Para todas as posições para que possamos melhorar o elenco. O mercado vai abrir em junho e com certeza temos nomes para elevar o nível desse elenco, que já é muito alto.

Filipe Luís em Flamengo x Botafogo pelo Brasileirão 2025 — Foto: André Durão

Com o resultado, o Flamengo foi a 18 pontos e segue na segunda colocação na tabela do Brasileiro. Mas, como venceu o Bragantino na rodada, o Palmeiras foi a 22 e abriu quatro pontos de vantagem em relação aos cariocas.

Rossi: "Rossi está num grande momento. É importantíssimo para nós. Goleiro tem que ser bom debaixo do gol com a mão e, depois, nos dar a facilidade com a saída. Está num grande momento."

Escalação vazada: "Não controlamos tudo, às vezes as escalações vazam. Não vinha vazando, mas não controlo quem pega o celular e manda mensagem, isso é do futebol. Claro que me prejudica, é ruim que vaze a escalação, mas quem faz está indo contra o Flamengo. Que essa pessoa coloque a cabeça no travesseiro e não consiga dormir."

Falta de efetividade nos primeiros tempos dos jogos: "Muito simples: colocar a bola para dentro, é o que falta. Tem vezes em que estamos mais inspirados e em outras não. Eu dou todas as soluções, saídas e progressões para eles chegarem ali. Há times que defendem com muito mais qualidade, em outros a gente consegue entrar com mais facilidade. A gente faz um estudo para ver como o adversário defende, e os jogadores têm que resolver. A única forma é botar a bola para dentro."

Wesley: "Todo jogador oscila durante um ano, não existe o jogador que vai jogar sempre bem, ainda mais aqui, com 80 jogos, sem descanso e pressão absurda. Wesley tem 21 anos e é normal passar por momento de oscilação. É um menino que gosta de escutar e de treinar. Viveu um ano muito intenso no ano passado, foi convocado, imagine como a cabeça dele não deve estar um turbilhão com o mercado europeu especulando o nome dele? Eu já gostei do jogo dele hoje, mas quando a equipe toda baixa, todo mundo acaba baixando. Com o tempo, o Wesley vai retomar as boas atuações que ele vinha tendo."

Evertton Araújo, Lorran e Matheus Gonçalves: "Evertton é sempre muito confiável, domina muito o meio-campo, a fase defensiva e os apoios que ele tem sempre para solucionar com o companheiro pressionado. O Lorran vem evoluindo, está jogando no sub-20, vem treinando muito bem pelo o que o treinador do sub-20 vem me falando. Não é coincidência que vem evoluindo. Infelizmente como ele jogou quarta-feira, não conseguiu treinar comigo. Não me senti confortável em colocar porque não tem as dinâmicas de treino comigo. Matheus tem talento e qualidade muito grande, e eu imaginava que nos daria o toque de qualidade que nos faltava. Ele perde a posição por muito tempo, é muito anárquico dentro do campo, mas muitas vezes se aperta nas situações"

Mais sobre Lorran: "Eu o vejo na posição que jogou o Luiz Araújo hoje, para mim é a melhor posição dele. Também pode jogar aberto. Não o vejo tão determinante jogando aberto, e essas são as posições em que ele pode performar mais. Depende dele. Os jogadores têm que falar no campo Não adianta ter nome, salário e idade. Para mim, é campo. Se tiver arrebentado no sub-20, eu quero colocá-lo. Se estiver mal, não vai jogar. Arrascaeta, Pedro e Bruno Henrique já ficaram no banco comigo. Quem estiver melhor, e o campo estiver falando, vai ter oportunidades. Para mim, não tem nome"

De la Cruz não poderia atuar mais ofensivamente? "Se eu coloco o Nico de meia hoje, eu jogo sem volante porque só tenho ele e Everrton. Gerson tava suspenso, e Erick e Allan estavam machucados. Não tínhamos volantes. Aonde o jogador gosta de jogar? Aonde se sente mais cômodo? Perguntei para ele. Volante, jogando de frente, construindo. A melhor versão do Nico é de volante, ele faz o time de jogar de volante. Ele nos dá tanta criação e saída de pressão por vantagem qualitativa, para que eu vou improvisar? Para que vou tirar do melhor lugar? É como se eu fosse tirar um zagueiro, por exemplo o Léo Ortiz, que é um dos melhores zagueiros do Brasil, e colocá-lo de volante ou de lateral. Eu estaria tirando o que a nossa equipe tem de melhor, que é a fase de estabilidade dos zagueiros, laterais e dos dois volantes, para fazer uma coisa que não eu não teria certeza se daria certo. Pontualmente se precisar, com certeza ele vai fazer e vai ter qualidade para fazer. Não o vejo como o último passe, que é o que Arrascaeta tem e que jogadores que jogam nessa posição costumam ter. Mas que ele pode fazer? Não tenho nenhuma dúvida"

Rodrigo Caio: "O Rodrigo não está sentando no banco ainda porque acabou de chegar e estamos adaptando. Temos o Marcinho, que tem muita experiência e pode ajudar. Ele faz parte da equipe de análise de bola parada e também é um auxiliar do clube que está auxiliando com os treinos e toda a parte tática. Tem as funções que passo para ele e principalmente liderando a parte da bola parada com outros companheiros"

Calendário que prejudica o nível dos treinamentos: "Vou dar o exemplo: jogamos quinta-feira, chegamos em casa de madrugada, tivemos que treinar sexta à tarde com os jogadores que não jogaram. Aí você já começa a desenhar o jogo e as correções da partida anterior dependendo do que o modelo de jogo nos guia. Sábado, os jogadores que jogaram podem fazer a primeira parte, que é o plano de jogo do que vai acontecer na partida. Aí os detalhes se perdem. São os dois metros do posicionamento do zagueiro que fica errado, são detalhes. A condução de bola quando tem que acontecer, e essas coisas vão se perdendo, mas principalmente o jogador não estar totalmente descansado. Aí o nível de concentração e intensidade cai. É pequeno, porque você vê que o Alex Sandro, um jogador de 34 anos, jogou os 90 minutos em altíssimo nível. Mas outros jogadores não acabam de recuperar 100%, e isso se nota nos detalhes do jogo. Ideal não é, não reclamo do calendário porque é um privilégio ter muitos jogos. Só que realmente quando tem sequência grande, e menos de 72 horas para descansar não dá. Mas é o que temos todos os treinadores e todas as equipes do Brasil. Estamos todos no mesmo barco e só se unindo para tentar melhorar"

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Fonte: Globo Esporte