Filho de Tite, Matheus Bachi cresce no Flamengo como arquiteto de 'defesa perfeita'

Auxiliar e filho de Tite, Matheus Bachi se tornou o arquiteto de um sistema defensivo quase perfeito. Os sucessivos recordes de jogos sem tomar gol — são onze, ao todo — caíram na contra do treinador, mas o pupilo e assistente tem papel fundamental, ao lado dos demais membros da comissão técnica rubro-negra.

Matheus é hoje o responsável direto por trabalhar a bola defensiva do Flamengo e o posicionamento da equipe como um todo para afinar o sistema de marcação. Logo, não se trata apenas de ajustar os zagueiros e laterais, mas indicar como meias e atacantes devem pressionar a defesa adversária.

Em sintonia fina com Tite, Matheus recebe dados dos analistas de desempenho toda semana para dissecar os adversários. E a partir daí mergulha profundamente nas virtudes e fraquezas do rival. A tarefa é executada juntamente com César Sampaio e Cléber Xavier, mais experientes e mais integrados com o sistema da equipe como um todo, não apenas a defesa.

— Eu falo da primeira parte do lado humano. Matheus é meu auxiliar desde os 8, 9 anos de idade. O pai dele gravava todos os jogos em fita cassete, aqueles que não conseguia ver, para analisar. Teve uma vez que eu saí, cheguei em casa e ele trouxe uma fita 'aqui pai, gravei para você'. Não era um jogo entre equipes top. Assim como pais médicos que tem filhos que seguem o mesmo caminho e de outras profissões. Eu tive sorte de ter um filho que segue na mesma carreira — falou Tite sobre o trabalho com Mateus.

Segundo apurou a reportagem, o trabalho integrado é visto pela comissão técnica como uma soma de fatores que pressupõe antes de tudo inteligência e dados. Assim como Tite, a comissão costuma trabalhar muito com vídeos para orientar os atletas nos posicionamentos e deslocamentos.

Foi assim que Matheus afinou uma defesa que estava em descompasso em 2023. A bola parada também é função do auxiliar. O filho de Tite, que já jogou como atacante, tem o papel de criar antídotos para as armas da equipe adversária.

A comissão técnica, que assumiu em outubro do ano passado, se mostra satisfeita com o resultado. E admite que foi necessário tempo para assimilar as ideias. Os jogadores do Flamengo ainda são vistos como atletas que gostam de jogar com a bola, e precisaram se adaptar e correr sem ela para defender.

Nesse cenário, os treinamentos começaram a indicar ao longo da semana quem estaria mais apto para se encaixar neste novo padrão de trabalho, tanto tática como fisicamente.

A partir daí, Tite passou a fazer suas escolhas e ajustes. E promover, por exemplo, Varela ao time titular na linha defensiva. Na frente, apostou nos pontas, com Cebolinha e Luiz Araújo.

Tal exigência chegou até Pedro e Arrascaeta, os jogadores menos intensos, mas que compensam com a inteligência. Em bloco, o Flamengo passou a ser mais compacto na defesa e fatal no ataque.

Fruto da parceria de Tite e Matheus, pai e filho, e também pelo trabalho complementar da preparação física, a cargo de Fábio Mahseredjian, e elogiada neste começo de temporada no Flamengo pela intensidade dos jogos.

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Fonte: Extra