Jorge Jesus venceu Copa Libertadores , Campeonato Brasileiro , Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana em menos de um ano no comando do Flamengo . Tanto sucesso levanta a dúvida: o Mister pode assumir a seleção brasileira um dia? Na opinião do último campeão do mundo pelo país, é claro que sim!

Comandante do Brasil na conquista da Copa do Mundo de 2002, Luiz Felipe Scolari concedeu entrevista à "Fox Sports" nesta quarta-feira e disse que o português tem total capacidade de assumir o cargo. O fato de ser estrangeiro, segundo Felipão, não é mais importante do que a competência.

"Técnico bom com qualidade não tem nacionalidade. Se o Jesus for escolhido para a seleção brasileira, ele o será com muito trabalho, boa vontade e dedicação, como fez e faz com seus clubes, em Portugal e no Flamengo. Acredito que o técnico bom pode trabalhar em qualquer parte do mundo", disse Scolari.

O último jogo profissional de Felipão foi, por sinal, contra Jorge Jesus, quando o Flamengo venceu o Palmeiras , em setembro de 2019. O resultado causou a demissão do técnico e consolidou a arrancada rubro-negra rumo ao título nacional, semanas depois.

Felipão também comentou um suposto preconceito de treinadores brasileiros com o Mister. Com a experiência de quem trabalhou grande parte da carreira no exterior, ele pediu aos colegas para tratarem Jesus com o mesmo respeito que eles são recebidos fora do país.

"Eu trabalhei em sete países e sempre fui bem recebido. E espero que meus colegas, se tiverem alguma rusga com técnicos estrangeiros, que deixem de lado. Nós, quando saímos, somos muito bem recebidos em qualquer parte do mundo. Deveremos dar como exemplo essa receptividade", opinou o treinador.

Felipão também falou da relação com Jorge Jesus, durante sua passagem pela seleção de Portugal entre 2003 e 2008, e analisou o trabalho do Mister à frente do Flamengo.

"Fez aqui um trabalho baseado no trabalho que ele fazia em Portugal. Lembro que, quando trabalhava com a seleção, eu tinha um jogador que estava na Rússia, fui ao Belenenses e pedi ao Jorge Jesus para que ele treinasse, me ajudasse e ele foi solícito. Tem uma qualidade muito grande, soube trabalhar com os atletas do Flamengo e montar a equipe do jeito que ele queria. E os jogadores o entenderam, aceitaram aquela ideia e buscaram a afirmação de todos", disse.

"Foi um trabalho organizado pelo Jorge, posto em prática pelos jogadores e com a concordância total da diretoria, que deu um apoio que precisa ser dado. Ele empregou seus métodos, que não são diferentes dos muitos técnicos brasileiros, mas empregou de uma forma que surgisse um efeito que ninguém esperava, tão rápido", concluiu.