Nesta quarta-feira, a CBF apresentou um estudo científico que dá respaldo à realização do futebol de uma maneira segura mesmo durante a pandemia da COVID-19 .

Após explicações de Jorge Pagura, coordenador médico da CBF e de demais infectologistas a respeito do funcionamento do protocolo do futebol brasileiro, Walter Feldman, secretário-geral da entidade, abriu a coletiva de imprensa e foi questionado a respeito do posicionamento da CBF sobre as declarações do técnico Lisca, do América-MG .

Na oportunidade, o treinador fez um apelo às autoridades para que interrompessem o futebol no Brasil, que vive o auge da pandemia neste momento, e que repensassem a realização da Copa do Brasil para que não houvesse longas viagens, algo que pode aumentar o risco de infecção.

"Nós respeitamos profundamente, todos nós, ele fez um manifesto emocional. Ele fez aquela afirmação em um momento dramático e depois nenhum outro movimento. Sabemos disso por meio da direção do América-MG. Sabemos disso. Naquele momento ele precisava se manifestar. Nós respeitamos as manifestações, mas estamos abertos a dialogar e mostrar que existe um contraponto. O futebol pode dar uma grande contribuição à saúde pública no Brasil".

Relembre o caso

No último dia 3 de março, antes da partida entre América-MG e Athletic, pelo Campeonato Mineiro, o técnico Lisca concedeu entrevista ao canal Premeire e desabafou a respeito da situação da pandemia da COVID-19, no Brasil, que chegou a ter mais de 1900 mortes por dia no mês de março.

O técnico pediu ajuda a nomes como Tite, Juninho Paulista e demais integrantes da CBF para que repenssem o calendário e a disputa da Copa do Brasil.

"É quase inacreditável que saiu uma tabela da Copa do Brasil hoje, com jogos dias 10 e 17, 80 clubes que nós vamos levar com delegação de 30 pessoas para um lado e para outro do país. O nosso país parou, gente. Não tem lugar nos hospitais, eu estou perdendo amigos, estou perdendo amigos treinadores, não é hora mais, é hora de segurar a vida. Aqui no Mineiro tudo bem, é mais perto, mas vai pegar uma delegação do Sul e vai levar pra Manaus, como vocês vão fazer isso? Presidente Caboclo, pelo amor de Deus. Juninho Paulista, Tite, Cléber Xavier, as autoridades, nós estamos apavorados, pelo amor de Deus", disse o treinador.