Faminto por títulos, Flamengo domina o Athletico e conquista a Supercopa do Brasil

Ver este Flamengo jogar é como acompanhar um predador que sempre está faminto. Há desejo por vitórias, por gols e por títulos. Uma equipe insaciável até somar novas taças à sua galeria. Foi assim ontem, no Mané Garrincha, onde o Athletico foi a vítima da vez. A vitória do rubro-negro carioca por 3 a 0 rendeu o título da Supercopa do Brasil — o Grêmio (1990) e o Corinthians (1991) também foram campeões — e R$ 5 milhões em premiação aos cofres da Gávea.

— É muito importante esse título. Aqui no Brasil é novo, mas lá fora é importante. Foi um jogo completo da nossa parte, da forma que planejamos e foi merecido esse título — declarou Filipe Luís, após o apito final.

Novidade no calendário, a Supercopa uniu os vencedores do Brasileirão e Copa do Brasil do ano anterior. Mas o desnível atual entre Flamengo e Athletico trouxe um roteiro previsível ao espetáculo. O lado carioca manteve a base campeã nacional — e da Libertadores em 2019—, enquanto o paranaense perdeu quatro peças fundamentais (Léo Pereira, Bruno Guimarães, Marcelo Cirino e Marco Rúben) e o técnico Tiago Nunes. Fez diferença.

Nem mesmo o forte calor das 11h atrapalhou inicialmente o dominante Flamengo, que encaminhou o título ainda no primeiro tempo liderado pelos seus artilheiros. Primeiro, coube a Bruno Henrique aproveitar a falta de velocidade da defesa do Athletico e desviar cruzamento de cabeça para abrir o placar.

Minutos depois, Gabigol aproveitou a bobeira do lateral-esquerdo Márcio Azevedo, que recuou fraco a bola para o goleiro Santos e permitiu que o camisa 9 completasse para as redes. Junta, a dupla de ataque do Flamengo soma sete gols em quatro jogos em 2020.

Com o gol marcado, o camisa 9 do Flamengo atingiu uma marca importante: ultrapassou Adriano na lista de maiores artilheiros da história do clube. Gabigol chegou a 47 gols em 63 jogos, enquanto o Imperador marcou 46 em 92.

— Muito feliz por passar o Adriano e outros jogadores do Flamengo em pouco tempo. Óbvio que não faço os gols sozinhos, o Mister me dá dicas de posicionamento, então divido isso. Espero poder passar mais alguns — brincou Gabigol, que também se tornou o segundo maior artilheiro do Flamengo neste século.

Os gols sofridos cedo claramente desestabilizaram o Athletico. Tanto que, mesmo com a intensidade mais baixa, o rubro-negro carioca soube controlar o jogo e ampliou o marcador com Arrascaeta, que teve a sua melhor atuação nesta temporada, aproveitando a bola que sobrou da defesa para completar.

— Estamos colhendo as recompensas do trabalho. Estamos retornando de férias, então era importante conquistar essa taça que era muito importante para nós — declarou o uruguaio.

O único susto sofrido durante 90 minutos foi quando Rony acertou o travessão de Diego Alves. Muito pouco, mas que ilustra bem o domínio do Flamengo na partida. Aos gritos de “é campeão", taça na mão e foco na próxima final: nesta quarta, o rubro-negro entra em campo pela Recopa Sul-Americana.

Fonte: Extra