Ex-gerente de saúde do Flamengo, Marcio Tannure critica mudanças promovidas por BAP

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Após ser desligado do Flamengo no dia 4 de janeiro, Marcio Tannure, ex-gerente de saúde e alto rendimento, manifestou insatisfação com as alterações implementadas pela nova gestão. Sua saída ocorreu duas semanas depois da posse de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, como presidente. No lugar de Tannure, José Luiz Runco, com quem teve desavenças no passado, assumiu como diretor médico geral do clube.

— O cara (Bap) diz que vem profissionalizar e traz só pessoas que estavam aposentadas, há mais de 10 anos fora do mercado. Você manda (embora) todos os funcionários que você investiu, que você educou, perdeu tempo desenvolvendo eles, paga a rescisão para eles todos, mais de 60, para jogar eles no mercado para os outros clubes. E ex-profissional do Flamengo é peça rara no mercado, não fica sem trabalho. Eu não acho isso profissionalismo. Se for numa empresa séria, ninguém vai fazer isso. Isso é profissionalismo ou pessoalismo? Coisas pessoais e você está se utilizando da máquina que não é sua para fazer justiça com as próprias mãos? São coisas muito diferentes — disse Tannure em entrevista ao canal "Charla podcast" no YouTube.

— Talvez tenha me pegado de surpresa porque foi vendido um discurso... É que nem político, depois de eleito muda. De profissionalismo não teve nada. Óbvio que tem muitas coisas erradas, acho que precisavam ser mudadas. Concordo, sem sombra de dúvida. Mas tem coisas que independentemente de tudo, os fatos estão aí. Pessoas fazem narrativas, criam personagens, mas os fatos existem: o grupo que se formou lá ganhou o que nunca foi ganho em nenhum outro clube. Por isso digo que é zero profissionalismo, para mim é politicagem — completou o ex-gerente do DM do Flamengo.

Tannure e Runco trabalharam juntos por seis anos, até que o segundo deixou o Flamengo no segundo semestre de 2015. O desentendimento entre os dois ganhou força em 2017, quando Guilherme Runco, filho do atual diretor, deixou o clube após um atrito com Tannure. Na ocasião, pai e filho alegaram que existia um compromisso para que Guilherme fosse o responsável por cirurgias no elenco, mas ele não participou do procedimento do meia Diego e decidiu se desligar.

— Eu não tenho nada contra ninguém. Até quando o presidente (Bap) me desligou, falou: "Ele (Runco) vem como diretor, foi um acordo político". Foi até sincero comigo nesse sentido. Eu não teria problema (em trabalhar com ele). "Ah, mas ele disse que teria problema contigo". Eu tenho certeza que ele falaria isso. Mas vocês podem ir no RH e ver que o filho dele que pediu para sair, eu não queria, pedi para ele ficar. Estou pagando o preço de algo que eu nem fiz. Eu fui mandado embora, não foi uma escolha minha. Mas eu acho que foi o melhor para mim e o melhor para o clube. Acho que o erro foi na reposição, porque que as coisas são cíclicas — concluiu Tannure.

Com sua chegada ao departamento médico, Runco promoveu uma grande reformulação, que resultou na demissão de mais de 40 funcionários, segundo apuração do ge . Inicialmente, a decisão gerou apreensão dentro do clube, principalmente pelo fato de Runco estar afastado da rotina de um clube de futebol há quase dez anos. Algumas medidas do novo diretor foram questionadas internamente e até revertidas pelo departamento de futebol.

Agora no comando geral da área médica rubro-negra, Runco contará com Fernando Sassaki como diretor do departamento profissional, após este ser promovido da base.

Fonte: S1Live