No último domingo (20), o Flamengo venceu o Bahia no Maracanã por 4 a 3 e diminuiu a distância para o líder São Paulo . No entanto, o resultado ficou em segundo plano. Uma vez mais, outro episódio infeliz de racismo voltou a ter os holofotes no futebol.
O volante Gerson, do Flamengo, acusou o meia Índio Ramírez, do Bahia, de injúria racial . O volante do clube carioca revelou que o colombiano falou 'cala boca, negro' após o segundo gol do clube baiano.
Nesta terça (22), Domènec Torrent, ex-técnico do Flamengo, postou em suas redes sociais uma mensagem de apoio ao volante e chamou o racismo de 'praga mundial'.
Veja abaixo:
Recebi com muita tristeza a notícia dos atos racistas contra o meia Gerson, que foi meu jogador no Flamengo e um homem de um caráter ímpar. O racismo é uma praga mundial que devemos combater todos os dias. Minha solidariedade ao Gerson e seus familiares! pic.twitter.com/MG2VbOMRsy
— Domenec Torrent (@DomeTorrent) December 22, 2020
Em relação a Gerson, o jogador prestou depoimento também nesta terça na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, no Rio de Janeiro. O atleta esta acompanhado de Rodrigo Dunshee, vice jurídico do clube carioca, Rômulo Holanda, seu advogado, e Marcão, seu pai.
Pelas redes sociais, Gerson deu uma declaração. Veja abaixo:
Pronunciamento do atleta Gerson e do vice-presidente Rodrigo Dunshee após depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI). #CRF pic.twitter.com/vFVrEUTSMk
— Flamengo (@Flamengo) December 22, 2020
Na última segunda, o Bahia , por meio de suas redes sociais, postou um vídeo em que o atleta Índio Ramírez dá sua versão, afirma que jamais foi racista com o atleta do Flamengo e revela mensagens de violência à sua família.
"Em nenhum momento fui racista com nenhum dos jogadores. Com Gerson e com ninguém. O que passa foi que, quando fizemos o segundo gol, jogamos a bola rapidamente ao meio-campo. O Bruno Henrique enrola, e peço a ele para jogar rápido e sério. Ele joga a bola para trás, não sei o que Gerson me falou, porque não entendo português e disse: 'joga rápido, irmão'. Não sei o que ele entendeu, começou a me perseguir sem entender nada. Saí por trás porque não queria entrar em confusão. Depois, ele sai a falar que eu falei: 'cala a boca, negro'. E eu não falo português. Sobre ser racista, não estou de acordo. Não é bem visto em nenhuma parte do mundo. Somos iguais", disse o meia em uma parte do vídeo.
"Bom, de coração, espero que as coisas clareiem. Minha família está vivendo algo complicado, tanto minha família como eu. Em nenhum momento fui racista. É um tema complicado, minha família recebeu muitas mensagens de violência. Quero estar bem, vim ao Brasil para jogar, para fazer as coisas bem. Peço desculpas a Gerson, a toda a gente que escutou mal o que eu falei. Em nenhum momento falei algo racista", completou.