Não é exagero algum dizer que Éverton Ribeiro deu a volta ao mundo para voltar a ganhar chance na seleção brasileira . Bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro em 2013 e 2014, ele foi lembrado por Dunga para a Copa América de 2015, disputada entre junho e julho daquele ano no Chile. Foi titular na fase de classificação contra o Peru e jogou apenas três minutos contra o Paraguai, na partida da eliminação. Perdeu pênalti e nunca mais foi lembrado. Até o dia 6 de março de 2020.
Até Tite ler seu nome na lista para as duas primeiras rodadas das Eliminatórias, muita coisa mudou para Ribeiro. De lá para cá, jogou ligas e torneios árabes e até a Champions League asiática, nas três temporadas em que defendeu o Al-Ahli, dos Emirados Árabes, e de volta ao Brasil, disputou a Primeira Liga, o Carioca, a Copa do Brasil, a Libertadores e o Mundial pelo Flamengo.
Virou capitão do time da Gávea, campeão da América, em Lima, vice-campeão do mundo, no Catar, virou pai do "baby Guto" e fez 250 jogos desde aquela eliminação com o Brasil no dia 27 de junho de 2015 - a contagem foi retirada do site Ogol.com. Foi o número total de jogos pelo Al-Ahli, dos Emirados Árabes, e pelo Flamengo, no retorno ao futebol brasileiro no meio de 2017.
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Éverton Ribeiro em ação contra o Liverpool: camisa 7 brilha no Flamengo e volta à seleção brasileira — Foto: AFP/Getty Images
O atual camisa 7 do Flamengo foi lembrado por Dunga pouco depois de sair do Cruzeiro em altíssimo nível. Nos Emirados, conquistou cinco títulos, fez 26 gols e disputou, ao todo, 103 partidas, com participação em 51 gols. Em junho de 2017, custou 6 milhões de euros (à época, pouco mais de R$ 20 milhões) aos cofres rubro-negros.
Nas últimas duas temporadas inteiras (2018 e 2019), pelo Flamengo, Éverton Ribeiro fez 121 jogos e marcou 26 gols. Em oito partidas neste ano de 2020, marcou duas vezes. Justamente na estreia da Libertadores, contra o Junior Barranquilla, dois dias antes da convocação de Tite
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Philippe Coutinho e Everton Ribeiro no treino da seleção brasileira em Santiago, durante a Copa América de 2015 — Foto: Leo Correa / Mowa Sports
Sem Gabriel Jesus, suspenso, Ribeiro desponta como um dos concorrentes no time de Tite. O treinador elogiou o jogador do Flamengo pela criatividade, capacidade de organização, coordenação da equipe e também pelo jogo pelos lados do campo. Desde que voltou ao futebol brasileiro tem lugar praticamente cativo pelo lado direito de ataque - apenas com o colombiano Reinaldo Rueda ficou no banco em algumas partidas para Berrío.
Pelo lado direito, Richarlison, que também jogou muitas vezes como centroavante com Tite (inclusive na última partida contra a Coreia do Sul), é um dos concorrentes a substituir Jesus. As características são bem diferentes, mas Ribeiro se candidata na função. A comissão técnica pensa em usá-lo de maneira bem semelhante a como o camisa 7 joga no Flamengo. Ou seja, saindo da direita para o meio. Mas também como eventual reserva de Coutinho no meio de campo.
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Éverton Ribeiro marca Kaká, com Filipe Luís, atual companheiro de Flamengo, ao fundo: convocação em 2014, ainda com Felipão — Foto: Heuler Andrey/Mowa Press
Como lembrou o comentarista Alexandre Lozetti em seu blog, a forma tática de Tite deve seguir um tripé no meio de campo - Casemiro, um outro meia (Arthur ou Bruno Guimarães) e Philippe Coutinho, por exemplo . Desta maneira, Ribeiro poderia atuar pela ponta, com função semelhante a do time de Jorge Jesus.
A seleção brasileira se apresenta dia 23 de março no Recife e faz dois treinos na Ilha do Retiro, mais dois na Arena Pernambuco, até a estreia dia 27 de março contra a Bolívia. No dia 31, em Lima, enfrenta o Peru, pela segunda rodada das Eliminatórias.