Rivais dentro de campo, relação estremecida nos bastidores. Foi assim que Flamengo e Botafogo , que duelam nesta quarta-feira (7), pelo Campeonato Carioca , conviveram nos últimos anos, com trocas de farpas públicas.

Entre 2015 e 2017, na gestão Eduardo Bandeira de Mello, na Gávea, e Carlos Eduardo Pereira, em General Severiano, os clubes não tinham relação, que ficou ainda mais apimentada com Willian Arão trocando o preto e branco pelo rubro-negro em 2016.

Essa relação tensa foi levada até os últimos anos, com o auge em 2019, quando o Flamengo , na época com Jorge Jesus, fez um duelo disputadíssimo com o Botafogo no Nilton Santos. No entanto, o cenário mudou da última temporada para cá.

Pelo menos nos bastidores, a relação dos rivais atualmente é ótima. Muito se deve à harmonia com que Rodolfo Landim, presidente do Flamengo , e John Textor, dono do Botafogo , tiveram nos últimos tempos.

A "união" começou quando o assunto foi liga. Mesmo com a saída do Botafogo da Libra, grupo em que o Flamengo está presente na criação da liga independente, Textor rasgou elogios à postura de Landim em meio à troca de farpas do rubro-negro com Leila Pereira, presidente do Palmeiras , que criticou publicamente os cariocas.

“Nenhum clube grande vai simplesmente dar dinheiro para os clubes pequenos e subsidiar a liga. E ainda assim, o Flamengo tem sido muito flexível reduzindo, mesmo sabendo a porcentagem que deveriam ganhar com base no tamanho deles”, disse o norte-americano.

“Eles ajustaram a garantia mínima que receberiam, isso poderia impactar negativamente seus números em comparação com o que tradicionalmente obtêm com a Globo. Sei que são muito difíceis de lidar porque são grandes, bem-sucedidos e têm 40 milhões de torcedores, mas Rodolfo tem sido incrivelmente razoável como parceiro do processo e, ainda assim, perdemos todos esses prazos”.

“Eu não gosto do Flamengo em campo, mas tenho muito respeito por Rodolfo e sua liderança. Acho que ele tem feito tudo o que pode para unir esta liga e vejo as pessoas ficando com raiva dele e falando sobre problemas de cinco anos atrás. Isso tudo é um absurdo para mim”.

A relação amigável, inclusive, permitiu negócio entre os clubes, algo inimaginável em outros tempos. Pablo, por exemplo, foi emprestado pelo Flamengo ao Botafogo .

Matheuzinho quase parou no clube também. Pelos clubes, o negócio estava totalmente fechado para o lateral-direito ser comprado pelo Glorioso por 4 milhões de euros, cerca de R$ 21 milhões.

No entanto, a transação não foi concluída porque Matheuzinho bateu o pé. O interesse do jogador era defender o Corinthians e não o Botafogo .

As conversas evoluíram durante a passagem do Flamengo pelos Estados Unidos. Textor esteve no local, conversou com Landim e chegou a dizer que torceria para o Brasil, representado pelo Flamengo , diante do amistoso contra o Orlando City. Tal atitude deixou alguns alvinegros revoltados.

Insatisfação à parte, pelo menos nos bastidores, Flamengo e Botafogo hoje vivem outra realidade. No entanto, dentro de campo, a situação tem sido oposta. Clássicos quentes, jogos equilibrados e muita rivalidade.