A
inclusão de uma estrela na camisa
relativa à
conquista da Copa Intercontinental de Basquete (2014) deve ser votada apenas no
próximo 31. Mas a discussão já está efervescente na Gávea. Citado pelo vice de
esportes olímpicos, Alexandre Póvoa – autor da proposta –, o presidente do
Conselho Deliberativo, Rodrigo Dunshee de Abranches se manifestou em tom de
repúdio sobre a insinuação de que a pauta de convocação da reunião teria sido escrita de má-fé.
Rodrigo é filho de Antonio Augusto Dunshee de Abranches,
presidente do Flamengo na conquista do Mundial Interclubes de 1981, título
representado com uma estrela na camisa rubro-negra acima do escudo.
- A insinuação do Alexandre Póvoa de que a convocação do conselho
teria se dado de má-fé é ofensiva e pode dar ensejo a uma representação contra
ele. A convocação foi oficialmente solicitada pelo presidente Eduardo Bandeira
de Mello, por meio de ofício, que, sabe-se, foi feito por insistência e pressão
do próprio vice-presidente. Ele, inclusive, já mandou cartas aos conselheiros
pedindo a aprovação da estrela. Essa reclamação pública prima pela falta de
respeito e preparo. Quando um presidente de poder me pede a convocação, sou
obrigado a chamar o Conselho Deliberativo. Não sou de sentar em cima das coisas
por conta de minha posição pessoal. Quem decide é o plenário, que sempre
defende o Flamengo - explicou Rodrigo Dunshee de Abranches.
Na convocação enviada aos conselheiros para a reunião
extraordinária do próximo dia 31, um dos itens a serem discutidos é “Apreciar e
votar a proposta de inclusão de uma Estrela na camisa do Uniforme de Futebol
Profissional, alusivo à conquista obtida em 2014 pelo Basquete.”
- A coisa foi acontecendo de forma rápida. Era para ter sido
votado no ano passado, mas por questões de pauta acabou não acontecendo. Acabei
achando estranha a forma como feita a convocação, pois ela está errada. No
estatuto do Flamengo não existe o uniforme do futebol, mas sim o do Flamengo. O
nosso time de basquete vai jogar com a estrela de campeão mundial de futebol
com o maior orgulho, da mesma forma que o vôlei faz o mesmo. O único esporte
que tem uniforme próprio é o remo por questão de tradição, inclusive com escudo
diferente. Do jeito que convocaram, induz a pessoa ao erro - argumentou Alexandre
Póvoa
Rodrigo Dunshee, entretanto, argumenta que trata-se, sim, de dois uniformes distintos, que têm seus modelos votados separadamente em sessões do Conselho Deliberativo. Caberá aos representantes do Conselho decidir
se a estrela relativa ao Mundial de Basquete será incluída na camisa do
Flamengo. No entanto, o presidente – que também tem direito a voto – já tem
clara sua posição.
- Pessoalmente, acho que a camisa do futebol é do futebol, e
a do basquete é do basquete. A nação rubro-negra não quer uma estrela
emprestada de um outro esporte e não quer ser comparada ao Vasco. Quer títulos
e um time supercampeão, sem que seja necessário usar subterfúgios ou lotear a
camisa para outros esportes. O Flamengo está muito acima de interesses pessoais
e episódicos. Esta é minha opinião, mas o Conselho é soberano - disse Rodrigo
Dunshee de Abranches.
*colaborou Thales Soares