Alvo de comentários de torcedores e do técnico do Flamengo, Rogério Ceni, o gramado do estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, foi protagonista da vitória por 1 a 0 do Juventude sobre o Flamengo, neste domingo. Após chuvas na região, o campo acumulou poças d'água e a bola rolou com muitas dificuldades ao longo da partida.
Engenheira agrônoma e responsável por gramados de grandes clubes brasileiros e competições da CBF e da Conmebol, a Maristela Kuhn explica que a dificuldade da drenagem era um processo natural, dadas as condições climáticas. Segundo ela, após as chuvas, é questão de tempo para que o gramado retorne às boas condições.
— É importante ressaltar que com chuvas muito intensas, conforme ocorreu em Caxias do Sul, a a drenagem no momento do temporal ficará sempre comprometida. Somente estádios com drenagem a vácuo que não terão esse comprometimento inicial. Após algum tempo, o campo drena naturalmente permitindo o uso do gramado em boas condições — explica.
O estádio do clube caxiense passou por reforma recente em seu campo. Desde março, a diretoria do clube implementa uma troca cuidadosa do gramado, que vinha ganhando elogios de adversários pela qualidade. Para Maristela, o processo recente explica as dificuldades na partida de domingo.
— O gramado do estádio Alfredo Jaconi foi todo trocado e nele foi utilizado o sistema de rolos grandes. Esse plantio requer que o solo tenha um alto percentual de material orgânico para formar os rolos, que se instalam no campo. Assim, a drenagem superficial fica um pouco comprometida nos primeiros meses, pois é necessário instalar a grama com esta camada mais resistente à drenagem, camada que fica na superfície. Os estádios que fazem esse tipo de plantio atravessam esses problemas nos primeiros meses.