Titular indiscutível do Flamengo sob o comando de Filipe Luís, Erick Pulgar aguarda ansiosamente o dia de voltar a vestir a camisa rubro-negra após a lesão no pé direito, que ocorreu durante a partida contra o Bayern de Munique, em junho. Esta é a terceira fratura semelhante na carreira do chileno de 31 anos, que está no clube carioca há três temporadas. Nesta terça-feira, o Flamengo divulgou um boletim informando que o meia está na fase final de recuperação, realizando atividades em campo com o acompanhamento da equipe de fisioterapia. A previsão é que Pulgar retorne ao time no início de outubro, mais de três meses após o incidente com Harry Kane, que aconteceu no final do primeiro tempo da partida pelas oitavas de final do Mundial de Clubes, realizado nos Estados Unidos.
— Me lembrou muito a primeira lesão que tive, quando jogava no Antofagasta, no Chile. Pego o atacante deles, e quando piso no chão, sinto que o osso quebrou. Já sabia — relata Erick, que também comentou sobre a postura do Flamengo na partida: — Saímos com a sensação de que podíamos ter chegado mais longe. Deu para ver que poderíamos estar em uma final. Nossa forma de jogar, de atacar, jogou um pouco contra. Querer sair jogando, querer arriscar muito. Mas isso nos serviu de aprendizado para as etapas que vêm agora, como a Libertadores e o Brasileirão.
Com o contrato renovado neste ano, Erick recebeu a reportagem em sua casa na Barra da Tijuca, antes de realizar o exame que confirmou a consolidação da fratura no pé. Durante a conversa, ele não apenas abordou seu recente drama pessoal, mas também revisitou sua trajetória no Flamengo desde sua chegada em 2022, após uma passagem pelo futebol italiano. A entrevista completa será publicada nesta quarta-feira.
A parceria com Filipe Luís
Na entrevista, o volante detalha como conquistou espaço e respeito dentro do clube, ganhando a confiança dos treinadores e dos companheiros. Ele se transformou no jogador que sempre desejou ser, pedindo para não ser chamado de Pulgar.
— O futebol italiano é muito tático. Se torna mais um futebol tipo xadrez. Ganha o mais inteligente, não o mais forte. Lá ganha a inteligência do treinador. Falei isso com o Filipe Luís, o jogador termina sendo um treinador dentro do campo. Porque começa a aprender muitas coisas de tática... O Filipe me fala sempre que eu tenho cabeça para ser um futuro treinador — revela Erick.
Essa experiência deve ser fundamental para enfrentar o cenário atual, onde a concorrência aumentou com a ascensão de Saúl e Jorginho, que conquistaram a torcida. O chileno é frequentemente lembrado por Filipe Luís como uma peça essencial na equipe. Ele se depara com uma situação semelhante à que o Flamengo vivia quando chegou ao clube.
— Aqui pude evoluir mais. Ter mais confiança e respeito. Tem jogadores que, quando você diz algo, dá uma ordem, levam a mal. E isso não é bom para o time. Quando cheguei havia muitos jogadores de qualidade que permitiam isso. Quando chego no Flamengo, estão David Luiz, Filipe Luís, muitos jogadores que jogaram na Europa. E sabem de estilo de jogo mais tático. Conversando com eles, te abre mais a mente. Eu pude crescer mais nisso. Ter mais confiança dos companheiros. De poder falar. No campo eu sou outra pessoa — resume o chileno.
Inscreva-se na Newsletter: Que Jogo É Esse.