Entenda por que fluxo de caixa foi fundamental para Flamengo vender Fabrício Bruno ao Cruzeiro

O valor é praticamente metade do oferecido por dois clubes europeus no ano passado. Em maio, o West Ham, da Inglaterra, fez proposta de 13,5 milhões de euros mais 1,5 milhão de euros de bônus por 100% do jogador. O zagueiro não aceitou o salário. Em outubro, o Rennes, da França, ofereceu14 milhões de euros, sendo 12,5 milhões de euros e mais 1,5 milhão de euros de bônus por 90% dos direitos econômicos. Foi a vez de o Flamengo rejeitar o acordo.

Mas o que mudou em poucos meses para o Flamengo aceitar a oferta mais baixa do Cruzeiro. Em primeiro lugar, a diretoria do rubro-negro. Agora sob comando de Bap, os dirigentes avaliaram que o fluxo de caixa estava baixo (o saldo disponível entre entradas e saídas de dinheiro). E só fecharam o acordo justamente pela forma de pagamento acertada com o clube mineiro, que pagará o montante à vista. Ou seja, os cariocas terão mais de R$ 40 milhões na conta nos próximos dias.

— O fluxo de caixa realmente estava delicado. Nós fizemos esforços importantes entre a posse, que, na verdade, não é posse, é uma diplomação, no início do ano, quando eu tomei posse de fato. Alguns parceiros que tinham atrasos foram razoáveis e conseguiram, de alguma maneira, ajudar o clube — explicou Bap antes da cerimônia do Carioca.

Há outros elementos que entram nessa equação e explicam a decisão da atual diretoria. Um deles foi a desvalorização do zagueiro ao longo do ano. Com a chegada de Dorival Júnior na seleção brasileira, Fabrício Bruno ganhou espaço na primeira convocação do treinador com quem trabalhou no Flamengo. Ele foi chamado em março. Depois, em setembro e em outubro, o defensor foi convocado para repor jogadores cortados por lesão. Na última chamada, em novembro, ficou de fora.

Ao mesmo tempo, perdeu espaço no time titular sob o comando de Filipe Luís, que optou pela dupla de zaga formada por Léo Ortiz e Léo Pereira. A atual diretoria entendeu que dificilmente o jogador de 28 anos receberia outra proposta da Europa nos valores oferecidos meses atrás. E, se sentindo preterido, ele manifestou o desejo de deixar o clube.

— O Fabrício é uma combinação de fatores. O atleta não queria permanecer aqui, ele tinha vontade (de sair), e é legítimo ele ir para o Cruzeiro. Também é legítimo o valor que o Flamengo entende que tem que receber pelo atleta. Nós chegamos a um bom termo para receber à vista, em um ano difícil, com taxas de juros altíssimas. Começar o ano com caixa reposto é absolutamente fundamental. No final das contas acabou sendo bom para o Flamengo, para o Cruzeiro, para o Fabrício, para todo mundo — afirmou Bap.

No Flamengo desde 2022, Fabrício disputou 128 partidas, conquistou três títulos (Libertadores, Copa do Brasil e Carioca) e marcou seis gols.