Com a construção do estádio próprio como principal pilar da campanha, o advogado Rodrigo Dunshee lançou na última segunda-feira a sua candidatura à presidência do Flamengo . Atual vice-presidente geral e jurídico do clube, Dunshee conta com o apoio do atual mandatário, Rodolfo Landim, que afirmou que a tão sonhada arena do rubro-negro só sairá se o candidato da situação for eleito.
A fala de Landim não foi bem recebida pelos demais candidatos à presidência do Flamengo. Procurados pelo GLOBO, alguns dos adversários de Dunshee reforçaram que, se forem eleitos, têm projetos capazes de dar continuidade nas tratativas para que o estádio saia do papel.
Pauta ‘anti-SAF’
Maurício Gomes de Mattos, por exemplo, afirma que fez um estudo de viabilidade para a construção do novo estádio “antes mesmo da votação no Conselho Deliberativo”. O ex-vice de Embaixadas durante a gestão de Landim reforçou que, se for eleito, o projeto terá continuidade sem a necessidade de que o clube vire SAF.
— Calculamos três cenários para a construção do estádio. Estamos propondo alternativas para obter a receita e temos certeza de que podemos realizar esse desafio — destacou.
Luiz Eduardo Baptista também reforçou que não tem a intenção de tornar o futebol do Flamengo uma SAF para viabilizar financeiramente a construção do estádio. Atual presidente do Conselho de Administração do clube, Bap valorizou os membros que compõem sua chapa e f alou sobre a importância de aumentar as receitas do clube para viabilizar o início das obras.
— O nosso grupo conta com nomes como o de Rodrigo Tostes, que atuou no Comitê Olímpico Rio-2016 e tem experiência relevante em mega projetos, construção e operação de estádios; Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, que vai contribuir com tecnologia e inovação; além de Claudio Pracowinik, presidente da Bolsa de Valores do RJ com enorme conhecimento em estruturação e funding — disse o candidato.
O candidato Wallim Vasconcellos afirmou que defendeu o estádio no Conselho Deliberativo e não mudará de opinião, caso seja eleito. Para ele, é o momento de "arregaçar as mangas" e construir a arena do Flamengo. E já conta com especialistas para viabilizar o projeto financeira e estruturalmente.
— Ganhando a eleição, o estádio vai ser construído. Tem uma equipe de especialistas em descontaminação terrena, pessoas com conhecimento de construção do estádio, com conhecimento vasto também em captação de recursos. Temos uma equipe pronta e preparada para esse desafio que é muito complexo — disse Wallim.
Ele destacou que há uma série de maneiras de captar recursos, como venda de naming rights, antecipação de receitas, investidores. Mas a principal preocupação é não comprometer a receita do clube e montar um projeto com transparência e auditoria para não ter surpresas no futuro.
— O importante é ter uma estrutura de fontes de recursos que seja a de menor custo para o Flamengo. E, principalmente, manter as contas separadas. A conta do estádio é uma conta, a do clube é outra para que qualquer investimento no estádio não afete a capacidade de investimento do clube no futebol, nos esportes olímpicos e na própria sede.
Rodrigo Dunshee também comentou sobre como pretende viabilizar financeiramente a construção do estádio. A ideia da chapa é obter recursos com a venda dos naming rigths do local, do potencial construtivo da Gávea e por meio de parcerias e patrocinadores e ativações com os torcedores.
— O estádio é um compromisso da nossa gestão, só a nossa candidatura se comprometeu com isso. A gente realizou a compra de um terreno que ninguém acreditava. O terreno é nosso, a chave do terreno está aqui. Esse é o principal ponto de infraestrutura nosso — afirmou Dunshee.
A prefeitura do Rio disse que “é favorável à construção do estádio, independentemente de quem vencer a eleição do clube”, e que “vai dialogar com o próximo presidente” para que o projeto saia do papel.