Adversário do Flamengo na final do Campeonato Carioca , o Nova Iguaçu tem sua origem ligada diretamente ao maior ídolo do rubro-negro: Zico. Com 34 anos de existência, o clube da Baixada Fluminense contou com um apoio direto do ex-jogador, quando ele era Secretário de Esporte do governo de Fernando Collor de Mello — entre 1990 e 1991 —, para obter a cessão do terreno que hoje abriga toda a sua estrutura.
O Laranjão — apelido do Estádio Jânio Moraes, o presidente do clube — começou a ser erguido em 2005, tem capacidade para cinco mil pessoas e se encontra ao lado de uma sede bem organizada. A área de 135 mil metros quadrados abriga oito campos de futebol, quadras, piscina, dormitório, academia, entre outras coisas. Porém, no ano de fundação do Nova Iguaçu, era um terreno pertencente ao governo e que estava inutilizado.
— Um dia, o Zinho (ex-jogador) me ligou e perguntou se eu podia receber um pessoal de um clube que estava sendo fundado, e ele estava participando. Foram os dois irmãos, o Jânio e o Jorge (Moraes), e um grupo grande. O objetivo deles era um terreno do governo. Falei que estava disposto a ajudar e ia me inteirar — lembra Zico ao EXTRA:
— Fui à área certa e me disseram que a possibilidade era grande, e não ia atrapalhar o que existia lá. Coloquei em contato direto e eles resolveram. Depois, fui ver o CT e estava muito legal, bom investimento.
Desde então, Zico não perdeu mais o contato com Jânio, Jorge e os dirigentes do clube. Este relacionamento rendeu convites ao Nova Iguaçu para que participasse de jogos contra o CFZ, seu clube de formação, e de algumas edições da Copa da Amizade Brasil-Japão, com a equipe sub-15.
O Galinho de Quintino dá destaque especial ao caráter formador do clube da Baixada, que revelou, ao longo do tempo, nomes como o ex-atacante Deivid. Natural do município, ele saiu da base laranja para brilhar com as camisas de Santos, Cruzeiro, Flamengo e Fenerbahce (Turquia). Neste último clube, foi treinado pelo próprio Zico.
— Fico feliz de ter dado uma ajuda a um coirmão e de ver a chegada até a final. Eles não vêm fazendo isso só neste ano. Vêm em um crescimento, revelaram vários jogadores para o futebol brasileiro. É bom você ver um time do Rio de Janeiro, de uma área difícil, estar numa posição maravilhosa — concluiu Zico.
O reconhecimento de seu papel na História do clube é traduzido por Carlos Vitor, treinador da atual equipe e ex-jogador do Nova Iguaçu.
— Máximo respeito. Somos muito gratos. Ele entendeu a ideia e nos cedeu esse espaço. Fomos crescendo. Hoje, o Nova Iguaçu é um adulto e caminha com as suas pernas — destacou.