Com a desapropriação do terreno na região do Gasômetro, na Zona Portuária , pela Prefeitura do Rio, o Flamengo passará a partir de agora a se concentrar em detalhar o projeto de seu estádio, e também na forma de tirá-lo do papel em cinco anos. O clube espera lançar antes de outubro a pedra fundamental. Até lá, quer encontrar meios para custear a compra do terreno, que vai a leilão, e fazer a obra do novo palco, que pode custar até R$ 2 bilhões.
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O Flamengo planeja arrecadar R$ 114 milhões com a venda de 38 apartamentos que ainda possui no Morro da Viúva, no bairro do Flamengo. Em 2018, o Flamengo vendeu a maioria dos apartamentos para uma construtora e ficou com 30%. O desafio é realizar a operação até o leilão, previsto para daqui a 30 dias, com valor inicial estimado em R$ 150 milhões pelo terreno de 88 mil m², que pertence a um fundo de investimentos gerido pela Caixa.
A próxima parte do projeto seria custear uma obra avaliada em até R$ 2 bilhões, que seria financiada a longo prazo. A diretoria rubro-negra articula a venda dos naming rights do futuro estádio. Há também a aposta em venda do potencial construtivo da Gávea para ajudar na obra. Com a operação financeira prevista até aqui, não seria necessária a criação de uma SAF no Flamengo para levantar o estádio. O tema sofre resistência e foi colocado para o futuro por todas as correntes políticas em ano de eleição para presidente.
"A estruturação desse projeto vai viabilizar o estádio sem SAF. A nossa força está na nossa torcida e o projeto tem surpresas importantes", escreveu Dunshee, candidato de Landim, nas redes sociais.
80 mil lugares
O projeto é de um estádio com características mais verticais, como o Santiago Bernabéu, do Real Madrid, e capacidade para até 80 mil pessoas. Está previsto após o decreto no diário oficial, ontem, que o Flamengo será responsável por erguer o estádio e também outras construções no entorno, através de parceiros.
No projeto de revitalização da região, a Prefeitura conta com um Centro de Convenções, lojas e restaurantes, com o intuito de atrair interesse para empreendimentos imobiliários de alto padrão, residenciais e comerciais.
Tudo isso com o chamariz positivo do Flamengo, classificado pelo prefeito Eduardo Paes como a "âncora" de toda essa idealização. A Caixa, que terá o terreno colocado em leilão, é esperada como parceira em outras frentes do projeto como um todo, pois ainda tem ativos na região.
— Daria a chance de a gente fazer uma grande praça na frente. Em volta dessa praça, a gente poderia colocar uma série de restaurantes. Nessa praça, inclusive, poderíamos colocar telões para quem não tiver condição de ir aos grandes jogos — disse o presidente Rodolfo Landim à Fla TV.
Landim, que terminará seu segundo e último mandato em dezembro, articula pessoalmente a investida, com a companhia do seu vice e possível sucessor, Rodrigo Dunshee. O projeto é tocado no dia a dia por Marcos Bodin, e a articulação política tem nomes como o diretor Cacau Cotta e até o vice de futebol Marcos Braz, que preside uma comissão na Câmara de Vereadores que será responsável por fiscalizar a obra e seus interesses para o Rio.
O assunto virou o principal capital político da atual gestão do Flamengo. Mas a compra do terreno após vitória em leilão precisará ser aprovada pelo Conselho Deliberativo do Clube. Mesmo assim, a pauta é positiva e não sofre qualquer tipo de resistência na Gávea, desde que não esteja associada à criação de uma SAF.
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Além de Eduardo Paes, o Flamengo também tem apoio do deputado federal Pedro Paulo (PSD) sobre o assunto. Na Prefeitura, o tema será tocado a partir de agora pelo secretário Jorge Arraes, da Secretaria de Coordenação Governamental. Depois do leilão, o Flamengo precisará da parceria do Governo do Estado na obtenção de licenças ambientais para que a obra seja executada dentro da legislação.