Em tarde de protestos e reencontro, Flamengo empata com São Paulo no fim, com gol de Pedro

Os torcedores do Flamengo que tiraram o domingo de dia dos pais para ir ao Maracanã certamente não aliviaram a insatisfação que ainda pesa desde a última quinta-feira, quando o clube foi eliminado nas oitavas da Libertadores para o Olimpia, mas puderam ver certo poder de reação na equipe. Em tarde chuvosa e marcada por muitos protestos, o rubro-negro viu Lucas Moura marcar o primeiro gol desde o retorno ao São Paulo, mas Pedro, de pênalti, voltou a balançar as redes após o longo período conturbado que viveu nas últimas semanas: 1 a 1.

O empate leva o rubro-negro aos 32 pontos, agora na terceira colocação, depois de vitória do Grêmio sobre o Fluminense que elevou os gaúchos à vice-liderança. Mas o rubro-negro ainda pode ser ultrapassado por Bragantino e Palmeiras, que jogam na segunda-feira. Agora, os cariocas viram suas atenções para a semifinal da Copa do Brasil, contra o Grêmio, na quarta-feira.

As vaias e manifestações começaram logo no aquecimento, entre outros gritos mais tímidos de apoio. O técnico Jorge Sampaoli era o principal alvo, bem como a diretoria. "Diretoria amadora e time omisso", dizia uma faixa estendida no Maracanã. A partida marcou também o reencontro com o técnico Dorival Júnior, demitido do rubro-negro na temporada passada mesmo tendo conquistado os títulos de Libertadores e Copa do Brasil. Ganhou carinho de torcedores e de ex-companheiros de Flamengo.

Em campo, Sampaoli promoveu as voltar de Allan e Ayrton Lucas ao time titular, mas o rubro-negro voltou a mostrar falta de poder de criação — no primeiro tempo, as chegadas mais perigosas foram em duas finalizações de Thiago Maia. Do outro lado do campo, uma pane defensiva ajudou Lucas Moura a marcar um golaço, seu primeiro desde a volta ao São Paulo. O meia-atacante, que fazia seu primeiro jogo como titular, avançou em velocidade pelo meio, gingou para cima de Maia e passou pela tentativa de bote de Wesley para bater no cantinho de Matheus Cunha.

O gol facilitou os trabalhos do tricolor, que foi com time reserva para a partida, poupando para a outra decisão na semifinal da Copa do Brasil, contra o Corinthians, na quarta-feira. No segundo tempo, o time paulista tentou diminuir o ritmo do jogo e sair nas oportunidades de contra-ataque. O colombiano James Rodríguez fez sua estreia.

Mas essa segunda etapa se caracterizou por uma maior pressão do Flamengo. Sampaoli ouviu gritos de "burro" ao tirar Arrascaeta para a entrada de Everton Ribeiro. Pedro também entrou, substituindo Gabi. Mas as alterações surtiram efeito. O rubro-negro subiu suas linhas, aplicou mais intensidade na partida e incomodou o São Paulo por boa parte do tempo.

Em trocas de passe e movimentação mais lúcidas, o time criou oportunidades para Allan e Gerson em chutes de média distância. Na melhor chance, Bruno Henrique desviou de cabeça um cruzamento de Victo Hugo e quase encontrou Pedro. O centroavante, que recebeu muito apoio das arquibancadas, cobraria bem um pênalti marcado em ótima jogada de Luiz Araújo já nos acréscimos. O empate não evitou os gritos de "time sem vergonha" e os protestos, mas garantiram um grito de gol para os pais e filhos rubro-negros neste domingo.

Fonte: Extra