Em ritmo de treino, Flamengo carimba disparidade sobre o Vasco com goleada histórica; leia a análise

Clássico se joga, e se eterniza, do primeiro ao último minuto, e foi o que o Flamengo mostrou, em goleada histórica sobre o Vasco, neste domingo, no Maracanã. O rubro-negro, que ainda não havia virado uma partida sob o comando do Tite, quebrou esse tabu em grande estilo: construindo sua maior goleada na história do Clássico dos Milhões, um 6 a 1 que ficará para a memória.

Vegetti abriu o placar para o cruz-maltino, mas o Flamengo teve Everton Cebolinha, Pedro, David Luiz, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol indo às redes. A maior goleada rubro-negra era um 6 a 2 de 1943.

Na estreia do novo técnico, Álvaro Pacheco, o cruz-maltino até mostrou diferenças em relação ao trabalho de Ramón Díaz e também da passagem do interino Rafael Paiva. Apostava e marcação por associação e sobra, e com uma linha de cinco defensores, conseguia encontrar espaços em erros de construção do rubro-negro. Chegou a sair na frente em golaço de Vegetti, aproveitando bola sobrando dentro da área, de bate-pronto. Mas aquele seria um dos últimos momentos de tranquilidade.

Como era natural, o Flamengo saiu para o jogo para buscar o empate. E mostrou, como era claro, que tem mais recursos e elenco que o rival para virar e dominar um clássico. No primeiro gol, aproveitando uma falha de Maicon que terminou à feição para Everton Cebolinha ‑‑ em grande tade ‑ empatar a partida.

O gol foi praticamente um divisor de águas no Maracanã. O Flamengo, mais leve e confiante, se tornou o dono do jogo contra um Vasco completamente descontrolado animicamente e que pouco a pouco se perdia em organização, também.

Superior tecnicamente, o time de Tite não teve problemas para aproveitar os mínimos momentos de hesitação que fossem. Foi assim que chegou ao segundo gol, com Pedro, em jogada ensaiada nascida de escanteio cobrado curto minutos depois. Novamente ele, Cebolinha, fez grande jogada pela direita e cruzou na pequena área para o camisa 9 completar de peito, em nova indecisão do Vasco, desta vez entre o goleiro Léo Jardim e a defesa em geral.

O meio-campo leve, que potencializava o jogo do Flamengo, sofreu um golpe ainda no primeiro tempo, com a saída de Allan, que voltou a sofrer com problemas físicos - um desconforto muscular na coxa, segundo o clube - e deixou o campo para a entrada de Pulgar. Mas nada que mudasse o cenário do jogo, pelo contrário.

Domínio gigantesco

O encerramento do primeiro tempo parecia o melhor cenário para o Vasco, perto de levar o terceiro a qualquer momento. Foi o que aconteceu, com David Luiz aparecendo sozinho dentro da área, marcando seu segundo gol com a camisa rubr-negra.

Para piorar para o time de Álvaro Pacheco, o zagueiro João Victor ainda foi expulso por uso de força excessiva em falta em Cebolinha. Com um a mais, a disparidade técnica e em qualidade de elenco se fez presente mais do que nunca.

O Flamengo fez um segundo tempo em ritmo de treino. Empilhava chances, encontrava espaços e não era ameaçado em nenhum momento. Assim fez quatro com Arrascaeta, de cara para o gol em passe de Pedro; e cinco com Bruno Henrique, batendo de chapa e nocauteando de vez o Vasco em um clássico que já seria histórico.

A cereja do bolo foi o gol de Gabigol no fim, que selou uma trégua entre o atacante e a torcida, que o aplaudiu muito após o tento. O Flamengo, que vivia uma temporada entre confiança e desconfiança, adiciona uma performance brilhante para dar confiança na sequência. O Vasco, sob nova direção, precisa remontar suas peças antes de enfrentar o Palmeiras, daqui a pouco mais de uma semana.

Fonte: O Globo