O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez um forte discurso sobre o terreno em que o Flamengo pretende construir seu estádio. Em um jantar com o presidente Rodolfo Landim e outras lideranças do clube, o político falou firme e citou até a possibilidade de desapropriação do local caso a Caixa não facilite as negociações de venda.

“Independentemente do que a Caixa fizer, claro que vai depender de algumas negociações nossas, se a Caixa não quiser vender, se trata de um terreno privado, e se tem um governo autoritário no Brasil que pertence aos governos, aos chefes do executivo, a tal da desapropriação", disse Paes.

“Se a negociação não avançar, eu nunca falei dessa maneira, o que a prefeitura vai fazer é desapropriar a área do terminal do gasômetro, para permitir que o Flamengo tenha o seu estádio”, completou.

Durante sua fala, Paes disse ter perdoado uma dívida da Caixa de R$ 4 bilhões com a prefeitura do Rio de Janeiro. Esse seria um dos bons motivos para o banco não dificultar a transação e até pensar em uma forma de facilitar para que o negócio aconteça.

“Falei isso hoje de manhã, quando o Pedro foi me representar na reunião com a Caixa. Dá uma cutucada, para perguntar para a Caixa onde é que eles estão entrando nessa festa. Só vender o terreno, qual é o desconto que eles estão dando? Qual é a moleza que estão dando? Para vocês terem uma ideia, nessa operação urbana coassociada, eu acabei, isso no ano passado, com votação da Câmara de Vereadores, acabei de perdoar um crédito, uma dívida que a Caixa tinha com a gente de R$ 4 bilhões”, disse Paes.

O Flamengo pretende construir seu estádio em um terreno no Gasômetro, localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro. O problema é que o local pertence atualmente a um fundo de investimentos da Caixa e há uma diferença considerável entre o valor que o clube está disposto a pagar e o valor que o banco pretende receber.

“Eles dispõem e detém o potencial construtivo de toda aquela região, ao dispor e deter todo o potencial construtivo daquela região, quando vem um equipamento como o estádio do Flamengo, com tudo o que tem no entorno, por óbvio, esse potencial valoriza. Não há compreensão disso ou estão querendo fazer, eu diria, da esmola com o chapéu alheio”, disse Paes.

No próprio discurso, Eduardo Paes cita que o deputado Pedro Paulo teve uma reunião nesta segunda-feira com a diretoria da Caixa. Nesse encontro, o banco se comprometeu a dar uma resposta ainda nessa semana sobre as negociações.

“Não pode começar a virar uma novela, vamos dar tempo à negociação, a Caixa ficou de voltar em 3 dias com o valor do terreno. O modelo ideal é o que a gente está tentando construir aqui, mas se tiver um sócio, como a prefeitura está sendo sócia em São Januário. Se o Flamengo tem um parceiro e um parceiro nessa história, chama-se prefeitura", disse Paes.

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