Luiz Eduardo Baptista , o Bap, um dos candidatos da oposição à presidência do Flamengo (chapa Raça, Amor e Gestão) participou do debate promovido pelo GLOBO, nesta quarta-feira , e, ao ser questionado sobre temas como a estrutura de futebol e o novo estádio, garantiu que a principal pasta do clube será totalmente comandada por um diretor profissional da área e classificou a construção da casa do rubro-negro como uma "armadilha" para implementação de uma SAF no clube. A eleição que definirá o novo mandatário acontecerá na próxima segunda-feira, na Gávea. Maurício concorrerá com Rodrigo Dunshee, candidato da situação, e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, também de oposição.
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— Nós temos um desafio enorme na construção do nosso estádio, temos outro enorme que é construir o nosso estádio e mantermos a performance esportiva do clube sem virar SAF. O Flamengo não pode cair na arapuca de SAF de maneira alguma. Então, para isso, temos que fazer coisas importantes, que passam pelo crescimento de receitas.
Para Bap, o Flamengo passou por uma involução nos últimos anos, principalmente devido à estrutura amadora no futebol. Ele afirmou que o rubro-negro é o único clube, dentre os 25 de maior orçamento do mundo, a ter sua principal pasta liderada por um vice-presidente não remunerado (Marcos Braz ocupou o cargo pelos últimos seis anos). O candidato garantiu que, caso seja eleito, contratará um profissional para capitanear as decisões do futebol:
— Nós vamos ter um diretor técnico que vai mandar no clube de cima a baixo. Ele vai mandar no futebol inteiro. Não vai ter apadrinhado, não vai ter amigo, não vai ter indicação. Nós vamos reformular a estrutura e o procedimento, os processos do futebol do Flamengo.
No bloco em que Rodrigo Capelo, colunista do GLOBO, conduziu as perguntas, Bap foi questionado sobre o Conselhinho de Futebol da atual gestão, do qual participou entre 2019 e 2022. Ele disse que esperava uma evolução sistemática do grupo, conforme as vitórias e as conquistas foram se desenhando, principalmente nos dois primeiros anos. Como, na sua avaliação, esse não foi o caso, optou por deixar o grupo.
Segundo Bap, um dos motivos para a estagnação do "conselhinho" se deu principalmente pela centralização do poder de decisões na figura do presidente Rodolfo Landim. O titular da chapa Raça, Amor e Gestão garante que, caso seja eleito, não vai participar decisões no que diz respeito ao futebol, mas que o profissional escolhido para ocupar a função encaminhará elas diretamente a ele.
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— Com essa proposta e essa visão que eu tenho e que depende do presidente, nós vamos ter um diretor técnico que vai cuidar totalmente do futebol de cima a baixo. A escolha de cima a baixo vai ser tocada da mesma maneira: preceitos que têm a ver com DNA do clube, e não vai haver influência de um diretor amador para tomar conta, para dar uma olhada no que o profissional está fazendo. Esse profissional vai responder diretamente a mim. Não vai ter intermediário. E nós vamos fazer um trabalho a nível do que está sendo feito em outros lugares, em outros clubes — disse.
Ao ser questionado pelo candidato da situação, Rodrigo Dunshee, sobre os sócios da sua chapa, Bap afirmou confiar e se orgulhar da equipe que tem à disposição. Foram citadas algumas das principais figuras, como Ricardo Lomba, o candidato a vice-geral Flávio Willeman e o ex-presidente Hélio Ferraz, garantindo que nada foi oferecido ou pedido por nenhuma das partes. Ele também pediu para os eleitores pesquisarem e compararem os nomes em cada grupo:
— Olhem as fotos de quem está em cada lado, dê um Google, procure cada um dos nomes, veja o que aparece nas informações sobre cada um, faça uma avaliação se do lado de lá tem um time melhor do que do lado de cá. Eu não tenho a menor dúvida que o melhor para o Flamengo está nosso time. Nosso elenco é muito melhor, muito mais capacitado, intelectual e moralmente.