Um dos candidatos da oposição à presidência do Flamengo , o advogado Maurício Gomes de Mattos (chapa Mengão Maior) prometeu, em debate realizado pelo GLOBO na manhã desta quarta-feira , que profissionalizará a gestão do departamento de futebol e que cumprirá os planos de construção do novo estádio rubro-negro, sem transformar o clube em uma SAF. A eleição que definirá o novo mandatário acontecerá na próxima segunda-feira, na Gávea . Maurício concorrerá com Rodrigo Dunshee, candidato da situação, e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, também de oposição.
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— Esta será a eleição mais importante da história do Flamengo. Vamos construir o novo estádio e não queremos SAF. Sócio, não vote em candidato fake. Um diz que é profissional e tem um bando de amador. Qualificado, mas amador (BAP). O outro fala do pai (Antônio Augusto Dunshee de Abranches), do Landim e de outros nomes. Eu falo de profissionalização em todos os departamentos, melhorias na Gávea. Essa eleição é uma interrogação. É para ser CEO ou presidente? Eu serei presidente.
Questionado por Bap sobre a previsão orçamentária do clube para o próximo ano, Maurício disse que não está contente com o projeto apresentado pela situação e que sua gestão estruturará um orçamento "às claras", com solidez nas finanças e com investimento em marketing, em meio aos planos para erguer a nova arena no Gasômetro:
— A readequação orçamentária tem furos, e isso é um risco grande. A situação fala em R$ 150 milhões com venda de cadeiras especiais do novo estádio e que tem fila de espera. Quero ver na prática. Há, sim, preocupação, uma vez que o caixa do clube terá cerca de R$ 3 milhões (no início do próximo ano), e o novo presidente vai encontrar dificuldade. Tenho equipe muito boa e com planos de marketing. Além da Casa Flamengo, que é pensada para várias cidades e que será licenciada, sem custo ao clube, vamos também fazer caixa com os institutos. Quero ampliar as embaixadas e consulados, este é o maior projeto do Brasil. E fazer um estádio na Gávea para 4 mil espectadores, melhorar outros esportes.
— Queremos encontrar, já no primeiro dia da gestão, o carro andando. Mas, no projeto que apresentaram, há incongruências. Sobre as cadeiras especiais, por exemplo. Dizem que já existe plano para se colocar à venda no primeiro ano, sem aprovação de projeto. É para tapar buraco de caixa, não é pensar com seriedade. Estamos analisando o projeto e não posso me comprometer com estudo já feito. O que for positivo, dentro da nossa visão, vamos encaixar. O que não for, não. Vamos construir o estádio e vamos sem SAF — analisou o candidato, que citou outra preocupação. — A questão do naming rights, por exemplo. O estudo aponta R$ 80 milhões e entendemos, na nossa visão otimista, arrecadar 63 milhões. É preciso falar às claras com os sócios. O papel aceita tudo. Nosso espírito é de construção e de encarar todas as dificuldades com a raça rubro negra.
Ao falar sobre a administração do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, entre 2013 e 2018, período no qual foi vice geral do clube, Maurício alegou que a transformação financeira experimentada à época pelo clube foi fundamental para o sucesso esportivo com o atual mandatário, Rodolfo Landim.
— Demos a base para o clube ser campeão da Libertadores, em 2019, com vendas de jogadores, inclusive de Vinícius Junior. Deixamos no caixa R$ 8 milhões e hoje, se tudo der certo, serão R$ 3 milhões. Esta foi uma gestão que muito me orgulha. Tenho condições de fazer uma gestão totalmente profissional e disso não abro mão. Meu projeto de futebol tem 110 páginas, os dos concorrentes não chegam a 30. Temos profissionalização e condições de escolher os melhores profissionais, investir na ciência do Esporte, em prevenção de acidentes, scout, na base e etc. para ter rendimento maior. Não é a escolha do amigo, são os melhores profissionais.