Candidato da situação à presidência do Flamengo , o advogado Rodrigo Dunshee (chapa Unifla) participou do debate promovido pelo GLOBO nesta quarta-feira , que teve entre seus temas principais o novo estádio rubro-negro, que será construído no terreno do Gasômetro, e o orçamento do clube. Ao ser questionado sobre aumento do endividamento no último ano, Dunshee minimizou a questão e defendeu o projeto esportivo do presidente Rodolfo Landim, que passou os últimos seis anos no cargo. A eleição que definirá o novo mandatário acontecerá na próxima segunda-feira, na Gávea. O advogado concorrerá com Luiz Eduardo Baptista (chapa Raça, Amor e Gestão), o Bap, e Maurício Gomes de Mattos (chapa Mengão Maior).
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No primeiro bloco, de perguntas diretas entre os candidatos, Dunshee — vice-presidente geral e jurídico da gestão Landim — começou se defendendo dos questionamentos de Luiz Eduardo Baptista (Bap) sobre o compliance do clube, afirmando que foi justamente a sua gestão que implantou esse sistema. Já quando foi a sua vez de perguntar, debateu com Maurício Gomes de Mattos, e decidiu tratar do estádio do Gasômetro. Ao defender a venda de cadeiras cativas na nova arena, Dunshee explicou que haverá mil "cadeiras premium", das quais 380 já estariam reservadas.
— Assim que eu for (eleito), e espero ser, vou colocar essas cadeiras à venda num banco e ele fará essa venda fácil. (São) Mil cadeiras. A gente tem 45 milhões de torcedores dispostos a ajudarem o Flamengo a vencer esse desafio — defendeu.
Já no bloco em que Rodrigo Capelo, colunista do GLOBO, conduziu as perguntas, o atual VP geral do Flamengo respondeu sobre o aumento da dívida do clube no último ano. Segundo Dunshee, o endividamento seria fruto das “obrigações a pagar”.
— O Conselho Deliberativo do clube determinou, por 602 votos contra 33, investir num terreno (para o novo estádio). A gente pagou, no PIX, R$ 146 milhões. Isso, logicamente, reduziu nosso caixa, e houve uma diferença de R$ 300 milhões. Só que nosso patrimônio, de forma colateral, subiu R$ 350 milhões, aproximadamente. A gente tem zero preocupação, o Flamengo não é banco. Para crescer, tem que investir — disse Dunshee, que pontuou que, atualmente, todas as contas são pagas em dia.
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Capelo ressaltou que a dívida não vem só dos investimentos no estádio, mas também por conta da contratação de jogadores. Questionado se o clube tem sido “ineficiente” no departamento de futebol, Dunshee respondeu que "não", argumentando que o planejamento precisou levar em conta a sequência de baixas para o departamento médico:
— A gente foi para a janela para repor esses jogadores: a gente fez uma opção por não vender, mas por contratar. Isso, logicamente, gerou um acréscimo de ativo e a gente, ano que vem, vai poder fazer uma regulagem melhor disso.
No debate, Dunshee defendeu ainda que sua equipe será “altamente qualificada”, com Landim como CEO, por exemplo. Questionado pelo colunista Diogo Dantas sobre a falta de um projeto para o futebol do clube, visto que Marcos Braz está de saída, por exemplo, o candidato da chapa Unifla defendeu ser preciso "continuar com o que deu certo".
— A gente tem um projeto para o departamento de futebol, sim. A premissa básica é que de que está dando certo. São 21 finais. Ninguém disputa 21 finais em seis anos e faz a melhor gestão esportiva da gestão do clube sem ter tido êxito e profissionalismo. De fato, o Marcos Braz está saindo e a gente já anunciou que vai colocar um diretor esportivo de vestiário, de campo, de relacionamento com jogador, de liderança reconhecida no Brasil, uma pessoa séria que vá ser muito boa para o Flamengo — justificou Dunshee, prometendo que Landim não irá se envolver no departamento de futebol caso seja eleito, numa gestão de "profissionalismo total".
Durante o debate, Dunshee afirmou ainda que se sente "altamente qualificado" para "continuar com esse projeto vencedor". Suas promessas, concluiu, se baseiam em três pilares: erguer o estádio sem interferir no desempenho esportivo do time; conquistar cada vez mais títulos, além de fortalecer a parte social do clube.