Uma missão ingrata, que ainda deixa um grande ponto de interrogação na cabeça de torcedores e do treinador, e justificada por números.
Não é nada fácil substituir Diego Alves no gol do Flamengo. Rogério Ceni que o diga... Para a partida contra o Union La Calera, terça-feira, no Chile, pela Libertadores, Gabriel Batista e Hugo disputam a posição. E nem o fato do comandante ter sido um dos melhores goleiros do Brasil torna a escolha menos difícil.
Diego Alves é titular do Flamengo desde 2017 — Foto: Reprodução
Gabriel foi o titular no 4 a 1 sobre o Volta Redonda e é o favorito diante dos altos e baixos sem fim de Hugo nas chances até aqui. Caso se confirme, será a 16ª vez que o jovem de 22 anos encara uma missão que já dividiu com outros cinco goleiros e o resultado nunca foi convincente para o Flamengo.
Flamengo com Diego Alves no gol
- 168 jogos
- 149 gols sofridos
- 0,89 de média por jogo
- 68 jogos em branco
- 40,5 dos jogos sem sofrer gol
Desde que chegou ao clube, em 2017, Diego Alves ficou fora de 48 partidas por problemas médicos e outros 48 por motivos diversos (não estava inscrito na Copa do Brasil, foi poupado, estava de férias ou pela polêmica no fim de 2018). E os números mostram o peso desta ausência.
Sem o 01, o Flamengo tem um aumento de 40% na média de gols sofridos e uma redução de 13,4% em partidas com o chamado "clean sheet" (jogos em que o time não sofre gols). César, Hugo, Gabriel, Muralha, Júlio César e Thiago o substituíram em 96 jogos oficiais, com 119 gols sofridos e 26 partidas em branco.
Flamengo sem Diego Alves no gol
- 96 jogos
- 119 gols sofridos
- 1.24 de média por jogo
- 26 jogos em branco
- 27.1% dos jogos sem sofrer gol
Já com Diego em campo, o Flamengo disputou 168 partidas no período, sofreu 149 gols, média menor a um por jogo (0.89) e teve a defesa zerada 68 vezes - 40.5% dos jogos. Os números não levam em conta a Flórida Cup e jogos amistosos.
Gabriel Batista foi titular contra o Volta Redonda — Foto: André Mourão / Foto FC
Com a missão de escolher o substituto ideal no duelo com o La Calera, em Viña del Mar, Rogério Ceni não antecipou o preferido, mas justificou a escalação de Gabriel Batista na semifinal do Carioca:
"Foi uma boa oportunidade do Gabriel Batista trabalhar, assim como o César teve no jogo com o Ceará. São jogadores formados, com idades próximas um do outro (ele e o Hugo). É um goleiro que vejo todos os dias trabalhando e que eu queria ver ter uma oportunidade para que o próprio torcedor conheça"
- E sei que o Gabriel jogou ano passado, mas foi o primeiro jogo dele que eu pude estar presente no campo. Então, é importante dar rodagem para todos para que no dia que precisarmos de algum jogador, possa estar preparado.
Goleiros que substituíram Diego Alves desde 2017
- César - 42 jogos
- Hugo - 29
- Gabriel Batista - 15
- Muralha - 6
- Júlio Cesar - 2
- Thiago - 2
Outro goleiro do elenco profissional, César passou por uma cirurgia de ligamento cruzado no joelho e não tem previsão para voltar a jogar. O jogador que mais vezes substituiu Diego Alves, por sua vez - em 42 jogos -, não fazia parte dos planos e negociava a saída para o Atlético-GO quando sofreu a lesão.
Com uma fibrose na coxa, Diego Alves faz tratamento intensivo nesta semana e será reavaliado para saber as chances de ficar à disposição na final do Carioca, sábado, diante do Fluminense, no Maracanã. Antes, o Flamengo visita o La Calera, terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no Chile, pela quarta rodada do Grupo G da Libertadores.