Reportagem originalmente publicada em 4 de abril de 2015

Edmílson surgiu no Palmeiras sendo um dos destaques da conquista da Série B em 2003 ao lado de Vagner Love. Quando ainda estava na base da equipe do Palestra Itália, esperando sua primeira chance no time principal, o ex-atacante passou por uma situação insólita e acabou se dando mal por vestir a roupa errada.

"Um dia, eu e o Francis [ex-volante do Palmeiras] fomos ver um Palmeiras x Flamengo na Copa Mercosul. Eu tinha acabado de chegar, não sabia da rivalidade entre as torcidas, e sem perceber saí de casa de bermuda preta e camisa vermelha", conta o atacante, em entrevista à Rádio ESPN .

"A gente morava perto do Palestra e antes de ir pro jogo queria comer um cachorro quente. Só que estava rolando uma briga de torcida na mesma hora. Tinha acabado de comprar o cachorro quente quando recebi um tapinha nas costas. A hora que virei, levei um murro no meio da cara de um torcedor do Palmeiras (risos)! Meu cachorro quente saiu voando, e, para piorar, o Francis, ao invés de me ajudar, ficou dando risada. Aí ele saiu correndo e eu corri junto para não apanhar mais", recorda Edmílson, às gargalhadas.

No dia seguinte, a resenha rapidamente se espalhou entre o elenco alviverde, e o atacante tornou-se o atleta mais "zoado" da equipe, principalmente pelo goleiro Marcos.

Outra boa história que aconteceu durante os tempos da base palmeirense envolve o goleiro Diego Cavalieri, que é compadre do centroavante e padrinho de sua filha. Certa vez, o arqueiro estava na casa do amigo e resolveu experimentar o famoso quebra-queixo que Edmílson trazia de Salvador. Mas Cavalieri não sabia de uma tradição baiana com o doce, e acabou quebrando outra coisa.

"Em São Paulo, o pessoal não coloca quebra-queixo no congelador, mas na Bahia a gente coloca. Ele tirou um pedaço, mordeu e na hora colocou a mão na frente da boca. Perguntei o que tinha acontecido, e ele: 'Nada, nada...'. Aí contei uma resenha, ele riu e vi que tinha quebrado o dente da frente dele bem no meio", lembra.

"No dia seguinte, cheguei ao CT e contei pro Sérgio e pro Marcão. O Sérgio contou uma piada, mas o Diego não riu. Mas aí o Marcão contou uma e não teve jeito, ele abriu a risada e todo mundo viu aquela coisa horrível. Pior que ele ainda tentou esconder o dente quebrado com um chiclete, ficou terrível. O Marcos não conseguiu nem treinar depois, de tanto que ria. 'Que bicho feio' (risos)", diverte-se.

Edmílson e seus companheiros de base, como Love, Diego Souza e Alceu, foram lançados no time titular do Palmeiras em uma época de crise, depois da fatídica goleada de 7 a 2 do Vitória no Palestra Itália. Depois que os garotos subiram, contudo, a equipe alviverde se encontrou e conquistou a Série B com brilho.

O atacante, que diz ter carinho enorme e muita admiração pelo Palmeiras, conta que tentou voltar à equipe que o revelou em 2012 e 2013, mas, em ambas as oportunidades, o elenco já estava fechado. Isso foi durante o período em que estava no Al-Gharafa, do Catar, mais um clube do qual ele tem boas histórias para contar.

"Engraçado que lá no Catar, quando tinha jogo, quem dava preleção no vestiário era o sheik. Ele falava: 'Edmílson, chuta pro gol, porque o goleiro é fraco, dribla, porque a zaga é ruim'. Ele era o dono do time e falava o que eu tinha que fazer no jogo, não o técnico (risos). Ainda bem que tinha o intérprete ali para me ajudar, porque era um bate-papo direto com o dono da coisa", brinca.

Edmilson ainda passou por Vasco, Santo André, Sport e Red Bull, seu último clube.