Nesta semana, Ederson saiu em defesa do ex-zagueiro Dener , que encerrou a carreira aos 23 anos por conta das lesões e disparou contra o departamento médico do Flamengo alegando negligência e irresponsabilidade com cirurgias e tratamentos.

No ano passado, o ex-meia participou do Bola da Vez , da ESPN , e não economizou nas críticas ao DM rubro-negro. Além disso, Ederson afirmou que doeu ouvir de pessoas de dentro do clube carioca de que ele não conseguia retornar por falta de esforço .

“Foram 10 meses entre tentar voltar e não conseguir. Foi muito complicado para mim, tinha uma vontade enorme de voltar a jogar, fazia todo o necessário, mas sentia dor de novo. Entra uma questão difícil de lidar, surge dúvida, boato. Pessoas que sem te conhecer te julgam de uma maneira totalmente contrária ao que você é. Falando que não está querendo se esforçar, que não quer jogar com um pouco de dor, me machucava muito, não aceitava. Tanto dentro e fora do clube. Tem que engolir, ficar calado, trabalhar e tentar voltar”, desabafou Ederson, que seguiu explicando sobre o momento delicado que viveu após a entrada que sofreu de Fagner, do Corinthians, em 2016.

“Mas era complicado, difícil ouvir isso depois de tudo que fiz, da pessoa que sou, todo mundo me conhece, jamais me entregaria facilmente. Dor física e depois dor psicológica de pessoas te julgando sem saber o que está acontecendo”, completou.

Após a entrada de Fagner, Ederson foi diagnosticado com uma fratura osteocondral (de cartilagem) e um edema ósseo no joelho. Além disso, teve, segundo o departamento médico do Flamengo, outras múltiplas lesões, como a de menisco. No início, o clube tentou um tratamento conservador e depois optou pela cirurgia. Questionado se na Europa o tratamento seria diferente, assim como a pressão para uma volta, Ederson deixou claro que retornaria antes se estivesse no Velho Continente.

“É fácil fazer esse tipo de comparação, tive duas lesões bem mais sérias e, lá na Europa, em cinco meses me recuperei, bem. Não tive sequelas. Tive mais tranquilidade para fazer tratamento, conversar em relação ao tipo de tratamento que seria feito, flexibilidade, entendimento, analisar se o tratamento A ou B era melhor. Isso tudo ajuda. Tive lesões mais sérias e recuperei rápido”, finalizou.

No post feito por Dener, Ederson ainda fez outras críticas ao Flamengo. Segundo ele, o câncer no testículo que teve foi fruto de muita raiva que passou por conta da demora no tratamento que teve no clube.

"Sofri com dores absurdas todos os dias, durantes meses, mas sofri ainda mais tendo que ouvir eles dizerem que não era nada, que eu tinha que treinar e superar a dor, que meu problema era na cabeça, etc. Chegaram até a me dar um remédio de placebo, só faltaram dizer que eu estava louco. Enfim, sofri tanto e passei tanto nervoso que tive até um câncer de testículo, de tanta raiva que passei por lá. Tive que encerrar minha carreira também por culpa daqueles incompetentes, foi difícil tomar essa decisão pois sempre amei jogar futebol, mas quando não temos escolha e quando não podemos fazer mais nada ou não podemos mais treinar e jogar com alegria, é preciso aceitar, por mais difícil que seja", disse o ex-camisa 10 do Flamengo.