Na esteira da discussão sobre o fim do ciclo de Gabriel Barbosa, o Flamengo já percebe o prenúncio de nova e desgastante discussão: a renovação do contrato do meia uruguaio Giorgian de Arrascaeta. O contrato do craque só termina em dezembro de 2026, mas, a exemplo do que ocorreu no último ciclo, o novo acordo é selado em janeiro do ano anterior. O jogador não atua mais este ano devido à artroscopia no joelho direito e a volta aos campos, em janeiro de 2025, trará novidades.
O ex-atacante Daniel Fonseca, agente que cuida da carreira de Arrascaeta, tem sondagens do Al Nassr, da Arábia Saudita, e do Cruz Azul, do México, que chegou a oferecer 20 milhões de euros (R$ 122 milhões) na última janela de transferências. Mas isso pouco importa. Os direitos econômicos estão fixados em 50 milhões de euros (R$ 306 milhões) a clubes do exterior e nenhuma das duas partes está interessadas num rompimento. O que não desfaz o estresse à mesa de renovação.
Ainda que o desejo do meia seja encerrar a carreira no Flamengo, há o interesse de seu agente de valorizá-lo. O camisa 14 segue sendo um dos mais produtivos do time, para não dizer o maestro. Este ano, de novo prejudicado por lesões, fez só 43 jogos pelo clube, dez a menos do que em outras quatro temporadas, desde 2019. Foi o segundo pior ano em termos de assiduidade — em 2021 jogou 35 partidas. No entanto, teve 20 participações em gols, o que deu a ele a média de 27 por temporada.
É, de fato, o mais expressivo meia de ligação, desde a “Era Zico”. E não só pelos números ou pela empatia com a torcida rubro-negra. Mas pelo estilo “arco e flecha” que faz dele, ao mesmo tempo, cerebral e decisivo. Aliás, seja lá qual for o resultado do pleito que elegerá o presidente do próximo triênio, é voz corrente no clube que a camisa 10 lhe será entregue na próxima temporada. A bem da verdade, isso deveria ter sido feito desde o fim da carreira de Diego Ribas, em 2022.
É difícil mensurar quanto vale um jogador como Arrascaeta. Mas é fácil perceber que não há no futebol brasileiro um meia que entregue tanta eficiência quanto ele. Por isso, embora tenha contrato em vigor com o Flamengo até o fim de 2026, é dever do próximo presidente do clube abrir a gestão em janeiro anunciando o acerto de um novo compromisso. Talvez seja a maior “contratação” para o Mundial de Clubes, em junho…