Desde que assumiu o comando técnico do Flamengo, em outubro do ano passado, Filipe Luís tem convivido com uma situação incomum: dirigir atletas com quem já dividiu o campo como jogador. Um dos exemplos mais emblemáticos dessa relação é com Arrascaeta, companheiro de time durante anos e hoje comandado pelo ex-lateral.
— A Europa era um sonho que eu tinha mais vigente quando eu era mais novo. Hoje em dia, eu sei que com a minha idade é muito difícil que um grande clube venha atrás de mim. Eu sei que é complicado que isso aconteça. Estou focado na minha família e em brigar por coisas importantes todo ano. Isso tenho aqui no Flamengo - disse em entrevista à RomárioTV.
O uruguaio, que tem 31 anos, comentou sobre essa transição e garantiu que a amizade construída ao longo do tempo não interfere na hierarquia profissional. Segundo ele, a convivência se mantém respeitosa e profissional, ainda que haja uma ligação próxima com o técnico.
Arrascaeta revelou ainda um episódio marcante: a visita de Filipe Luís ao centro de treinamento em setembro
— Eu tento tirar a parte humana da parte do trabalho aqui dentro. Eu tenho respeito pelo Filipe, meu amigo fora do campo. Mas sou cobrado como todos os meus companheiros. Acredito que ele é um cara que entende muito bem isso. Quando ele foi anunciado no Flamengo, ele foi na minha casa uns dias antes e conseguimos conversar. Eu falei para ele: "Se eu não estou bem, eu não vou jogar. Eu vou separar o trabalho do amigo". O respeito é uma das coisas principais na vida - comentou Arrascaeta e completou:
— Ele é um amigo fora do campo, comigo e com os meninos. Ele tem a confiança de falar e saber que o cara não vai ficar bravo, não vai treinar mal para prejudicar o time. Ele faz isso comigo e com os outros companheiros.
O Flamengo é o atual líder do Brasileirão, classificado para as oitavadas da Libertadores e Copa do Brasil, Arrascaeta não esconde a satisfação com o comandante do Flamengo.
— Ele está dando certo (como treinador). É um cara que se dedica muito. Ele tem sua forma de pensar, sua maneira de jogar. Não é fácil começar como ele começou no Flamengo, conquistando tantas coisas. Ele vai errar porque é um cara novo. Acredito que ele tem um patamar muito grande para melhorar ainda - analisou o camisa 10 do clube.