Sob muitos protestos da torcida, Allan deixou o Atlético-MG e foi anunciado pelo Flamengo neste domingo (2). Após o empate contra o América-MG , Rodrigo Caetano participou de entrevista coletiva para explicar a venda do atleta.

"Nosso torcedor merece ficar sabendo dos detalhes da saída do Allan. Para nós já está virada essa página, mas era necessário vir aqui explicar. As negociações só avançaram por um pedido do próprio atleta. Isso acontecer lá por meados de fevereiro. Não tivemos proposta alguma que não fosse do Flamengo , agora por último. Tentamos uma extensão do vínculo dele, mas ele manteve a posição de que não era o que desejava", disse.

"O período passou, por causa da lesão, e chegou-se até a outra janela. A partir da chegada da proposta oficial, começamos a analisar de que forma conseguíamos tornar essa negociação melhor para o Galo. Todas as partes se sacrificaram para que acontecesse, os agentes, o próprio atleta, a participação do Liverpool , todos reduziram os seus direitos para que o Galo tivesse alguma vantagem financeira", seguiu.

"A gente agradece o período que estava conosco, um atleta que marcou história no clube, mas temos que olhar para a frente. Propostas não são as que eu quero, mas as que existem. Entre sondagem e a proposta concretizada, existe uma distância enorme. A gente pode aceitar ou descartar, como foi com o Nathan Silva", completou.

Questionado sobre o motivo que lhe fez aceitar a oferta feita pelo Flamengo, o dirigente ressaltou que o Rubro-Negro foi o único a fazer uma oferta pelo atleta.

"Allan fez o seu sacrifício, dentro da sua possibilidade, e abriu mão de valores que tinha a receber do Galo. Arrastou um pouco porque a gente tentou no máximo. Transformar a negociação de um jogador importante, que atuou apenas em oito jogos, para a melhor possível para o Galo. Por mais que o torcedor esteja chateado para quem nós vendemos, e com razão, somente este clube fez uma proposta nesses termos", afirmou.

Por fim, Rodrigo Caetano abriu o jogo sobre a possibilidade de contratar um substituto para o volante e afirmou que o clube passa por um momento financeiramente delicado.

"Não tenho como calcular o prazo disso. Sei que temos muitos compromissos que são correntes, do nosso mês. Lembrar vocês que nosso elenco tem uma folha salarial considerável, então isso tem custo. Não por acaso, somos cobrados por isso, então está tudo certo. Existe muita necessidade, não pouca. Talvez a SAF seja uma questão definitiva para o Galo, que não difere de outros clubes", avaliou.

"A diferença é o tamanho da dívida e o tamanho dos juros. A gente só abriu a necessidade da negociação por causa de três pontos: a insistência do atleta e de seus agentes, ele não aceitar uma melhora salarial e essa ser a única proposta oficial", continuou.

"Seria uma irresponsabilidade não avaliarmos e tentarmos fazer a melhor venda possível de um atleta que não quer permanecer. Espero que o torcedor se sinta representado por quem quer permanecer. Isso é o que move o Galo. Não estou aqui comemorando, mas só justificando porque tivemos que tomar algumas decisões", finalizou.

Críticas à arbitragem e má fase do Atlético

Falando sobre a partida contra o América-MG , Rodrigo Caetano fez coro a Felipão e Hulk e criticou Wilton Pereira Sampaio.

"Eu concordo com o que o professor Felipe diz. Esse árbitro tem um péssimo histórico contra o Atlético-MG. Lembremos que ano passado fomos eliminados da Copa do Brasil por um gol que só ele viu. O VAR deu inconclusivo, ele correu para o meio do campo. Porque ele sabe a regra", falou.

"Ele deu o gol sabendo que ele só poderia ser anulado se o VAR não tivesse visto a bola entrar. Hoje, são pequenos detalhes. Pensar em conspiração é um pouco além, mas esse árbitro específico... A gente só peça que exista isenção nisso", acrescentou.

Sem vencer há cinco jogos, sendo quatro sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o Galo tem sido muito criticado por suas atuações. Caetano admitiu insatisfação dentro do clube, mas ressaltou o trabalho que vem sendo feito.

"Ninguém está contente com o Campeonato Brasileiro . Não posso falar da Libertadores porque a gente começou mal, então tenho que comemorar a classificação. Agora vamos começar outro campeonato, que o Felipão adora, no dia 2. Nós não temos elenco, investimento, trabalho e muito menos torcida para estar em 10º. Esse somatório tem que levar o Galo no mínimo entre os quatro, entre os seis, até a virada do turno", relatou.

"Lembrando que são pessoas. Se eu fosse comprar um carro, que é um bem imóvel, ele vai me entregar o que eu estou comprando. Com pessoas, vai muito além. Todos querem entregar a melhor performance, o melhor resultado. Engraçado que você lembrou da desclassificação da Copa do Brasil, mas não lembrou do tetracampeonato mineiro. Faz parte do processo", contou.

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