Abel Ferreira, de fato, não descobriu o futebol brasileiro. Muito, muito longe disso. É você, Jorginho, que descobriu (mais) um treinador melhor do que... você.
Jorginho e tantos outros brasileiros têm conhecido, dia após dia, vitória após vitória, um adversário mais bem preparado e capacitado. Um nome cada vez mais histórico no Brasil.
O que começou com Jorge Jesus no Flamengo foi transportado para Abel Ferreira no Palmeiras. Dois portugueses. Dois perseguidos. Acima de tudo, dois trabalhos de sucesso e exemplares.
Abel, assim como Jesus, não cruzou o Oceano Atlântico para roubar o trabalho de ninguém. Entre erros e (muitos) acertos, veio aprender, ensinar e, especialmente, compartilhar.
Abel Ferreira claramente tornou-se melhor porque conheceu e explorou o futebol brasileiro. O próprio, inclusive, reconhece. A recíproca, infelizmente, não é totalmente verdadeira.
O futebol brasileiro faz questão de não compreender e explorar Abel Ferreira para tornar-se melhor. O erro persiste. O mais decepcionante é ver que a insistência parte muitas vezes de colegas de profissão, ora atrasados e invejosos, ora xenófobos.
O único a usufruir (ou descobrir) ao máximo Abel Ferreira parece ser o Palmeiras. Não é por mera coincidência que busca o tricampeonato consecutivo da Libertadores e lidera com sobras o Brasileirão.
Imagem: WILIAN OLIVEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO