Derrotas? Invasão? Seca? Caetano crê em bom trabalho: "Os resultados virão"

Rodrigo Caetano (Foto: Raphael Zarko) Rodrigo Caetano voltou a repudiar a ação dos torcedores (Foto: Raphael Zarko)

A má fase e a seca de gols do Flamengo ficaram em segundo plano no noticiário após a invasão de torcedores organizados ao Ninho do Urubu na última segunda-feira. Após nota da Torcida Jovem rebatendo a tese da diretoria, o diretor executivo Rodrigo Caetano concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira. E acabou abordando alguns dos assuntos que têm atormentado os rubro-negros neste começo de 2016. Por momentos, com boa dose de otimismo para o restante da temporada.

- A ideia do clube era que a nota fosse explicativa suficiente para não deixar dúvida. Mas hoje surgiram outras interpretações. Vim falar sobre o fato e não deixar qualquer tipo de dúvida e gostaria que o episódio ficasse para trás e que os atletas falassem do jogo. Senão cada vez mais vamos dar Ibope e espaço para quem não deve ter. Tentei demovê-los da ideia, não consegui. Fui claro e disse que ia tomar providências. Não deu tempo de chegar segurança. Queriam falar com jogadores, óbvio que foi negado - repudiou.

O dirigente, no entanto, descartou uma ação violenta do grupo de oito torcedores que entrou no Ninho do Urubu. Apesar disso, Rodrigo Caetano diz que o episódio fez a diretoria do clube "ligar o sinal de alerta" para situações extrema com integrantes da torcida.

- O episódio acendeu sinal de alerta. Departamentos responsáveis estão atuando desde ontem. Torcedor deve protestar, cobrar, no jogo. Qualquer situação diferente disso, que seja em aeroporto, já foge do que julgamos ser corretos. Atletas e profissionais devem ter tranquilidade para fazer seu trabalho. Seremos julgados no dia do jogo, no local apropriado. Naquele momento, a decisão foi minimizar estes fatos. Só se tivéssemos policiais aqui dentro. Se fosse algo concebido, certamente teria policial aqui dentro. Tínhamos a segurança normal em dia de treinamento, naquele momento minimizar riscos. Apesar desse ato lamentável, não houve nenhum tipo nem de ato nem de fala áspera. Não minimiza. Só se os tirássemos através da polícia ou sob força. Não íamos fazer aqui batalha campal - disse.

Apesar do mau momento do Flamengo, Rodrigo Caetano tenta ver o lado positivo e aposta que em breve a maré vai mudar para o clube.

- Montamos para o ano, e temos a obrigação de chegar o mais longe possível (em todas as competições). Continuamos com a convicção de que montamos elenco de bom nível. Temos avaliação interna, temos nossa cobrança, correções de rumo e acima de tudo projetamos Flamengo para o ano todo. Esta semana é muito importante, com dois clássicos. Temos ainda o estadual, e esperamos classificar, como esperávamos (nos) classificar na Primeira Liga. Projetamos, acima de tudo, fazer um grande Brasileiro. Em 38 rodadas, o clube namorou G-4 por muito pouco tempo. O Flamengo espera fazer um Brasileiro que seja realmente na posição que o time merece que a torcida exige também.

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O impacto no elenco pela invasão
- É uma pressão pela necessidade de retomar resultados, não é o fato isolado de ontem que vai fazer (a retomada da vitórias). É o trabalho que está sendo feito até agora, com jogadores jovens e experientes. Alguns que estavam aqui no Flamengo. Todos sabem, temos que ter mínimo de tranquilidade, senão é eterno recomeço a cada 15 dias. Sei que é difícil observar o trabalho que está sendo feito. Mas no nosso entendimento é bom, e os resultados vão aparecer.

Enxugar elenco
- Vou recuperar esse debate de planejamento, o inicial, que foi determinado, de que não usássemos o time principal no estadual. Trabalhamos dezembro para isso e foi alterado. Isso acarretou em acúmulo de jogos. Trouxemos jogadores para serem avaliados no estadual e por conta disso não tiveram oportunidade. Esse fato, que é relevante, nos fez refletir de não enxugar, mas aumentar opções, esse rodízio será o diferencial. Se para quem tem estádio o é, imagina para nós, que não teremos. Após o estadual vamos pensar com mais carinho. É possível com acréscimo de 2 ou 3 peças após o Estadual.

Balanço e dinheiro para reforços
- Temos um orçamento, parte da arrecadação anual do Flamengo. O clube segue em processo de recuperação de finanças, vai demandar mais um tempo. O torcedor imagina que clube não é para gerar lucro. Mas não gera. Conter despesas e gastos é justamente para pagar o passivo, minimizar e diminuir o passivo. Isso é fato. Por isso, a gente fala em projetos a longo prazo, que é difícil de entender, e o torcedor não entende. Nós seguimos rigorosamente o orçamento o que é colocado para o futebol. No início do ano, falou-se em investimento, nunca houve no caixa R$ 20 milhões, cheque em branco. Era a possibilidade de captar recursos para investir. Por isso se vende atleta, para o dinheiro voltar ao futebol. Não temos autonomia para elevar a folha salarial como se pensa. O Flamengo tem orgulho de trabalhar dentro do seu orçamento, principalmente dentro da folha que o clube dispõe.

Guerrero e Cuéllar
- O Guerrero vai chegar pela manhã (às 10h) em Brasília. Vai depender da condição física e clínica, tomara que faça gols e não tenha lesão. Já o Cuéllar nós tentamos, mas a logística é quase impossível. Depois do jogo, só chegaria ao Brasil na quinta, de madrugada. O fretamento seria improvável e impraticável. O jogo é em Barranquilla, a dificuldade é gigantesca. Não deve estar em condições por logística. O Guerrero depende de avaliação clínica, de como vai terminar o jogo. (Da avaliação) Dos peruanos e nossa. O médico tem a responsabilidade por validar, mas ele vai estar com elenco. Se vai jogar ou não, não me cabe

Fonte: Globo Esporte