No dia 21 de outubro de 2025, todos os sete réus envolvidos no caso do incêndio no Ninho do Urubu foram absolvidos pelo juiz Tiago Fernandes de Barros. A decisão gerou repercussão nas redes sociais e levantou críticas sobre a condução do caso pelo Ministério Público.
Rodrigo Rollemberg, advogado e colunista, comentou a sentença, afirmando que ela confirma suas críticas anteriores em relação ao trabalho do Ministério Público. Em sua coluna de maio, Rollemberg já havia questionado a denúncia, considerando-a "genérica e sem individualização". Ele destacou que "o Ministério Público ignorou a prova mais robusta de que havia conhecimento do perigo. Se o MP ignora a principal evidência de risco, estamos diante de uma justiça parcial, e, portanto, falha".
Detalhes da decisão judicial
O juiz Tiago Fernandes de Barros criticou a fragilidade da perícia e a falta de nexo causal entre as condutas dos réus e o incêndio. Os sete absolvidos foram:
- Márcio Garotti: diretor financeiro do Flamengo (2017-2020), sem atribuições diretas sobre segurança.
- Marcelo Maia de Sá: diretor adjunto de patrimônio, sem envolvimento técnico.
- Danilo Duarte: engenheiro da NHJ, sem responsabilidade por projetos elétricos.
- Fabio Hilário da Silva: engenheiro eletricista, não responsável pela manutenção.
- Weslley Gimenes: engenheiro civil, sem poder decisório.
- Claudia Pereira Rodrigues: participação restrita à área administrativa.
- Edson Colman: falta de provas ligando seu serviço à origem do incêndio.
Na sentença, o juiz afirmou que "a mera ciência de irregularidade administrativa, sem poderes de decisão técnica ou de interdição, não configura culpa penalmente relevante".
Repercussão e próximos passos
O Ministério Público anunciou que irá recorrer da decisão. A absolvição gerou indignação nas redes sociais, onde muitos expressaram a sensação de impunidade e criticaram o sistema de justiça. Rollemberg, em sua análise, afirmou que "a absolvição deles está correta. Todos que ali estavam, efetivamente, nenhum foi o culpado. (...) O trabalho do Ministério Público foi péssimo".
A tragédia no Ninho do Urubu ocorreu há mais de seis anos, em fevereiro de 2019, e resultou em diversas discussões sobre a segurança nas instalações do Flamengo. A decisão recente reacende o debate sobre a responsabilidade civil e penal em casos de acidentes em ambientes esportivos.
Com o anúncio do recurso pelo Ministério Público, o desfecho desse caso ainda está longe de ser definitivo, e novos desdobramentos podem surgir nas próximas semanas.