De rejeições a destaque no Flamengo: a trajetória de Wesley rumo ao sucesso

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O momento positivo vivido por Wesley no Flamengo começou a se desenhar quando, ainda aos 13 anos, se apaixonou pelo futebol ao assistir a um clássico entre Figueirense e Avaí. Inspirado nos amigos catarinenses que jogavam bola, decidiu seguir o mesmo caminho. No entanto, sua jornada não foi simples: antes de alcançar o sucesso, enfrentou três reprovações em peneiras e quase desistiu do sonho.

Somente em 2018, aos 15 anos, conseguiu sua primeira aprovação nas categorias de base, ingressando no Figueirense. Mais tarde, se transferiu para o Tubarão, onde teve a chance de estrear profissionalmente em 2020, disputando a Copa do Brasil – torneio que anos depois venceria com o Flamengo.

No entanto, a trajetória não foi linear. Durante a pandemia, Wesley chegou a cogitar abandonar a carreira, mas uma ligação do Tubarão, já em 2021, reacendeu sua motivação. Foi nesse período que chamou a atenção de Sávio, ídolo rubro-negro. Ainda naquele ano, aos 17, passou nos testes do Flamengo e iniciou sua caminhada no clube.

Agora, prestes a completar 22 anos, o lateral vê o esforço de anos sendo recompensado, incluindo sua presença na pré-lista de convocados de Dorival Júnior para a Seleção Brasileira. Em entrevista recente, relembrou os desafios enfrentados e revelou que a negociação frustrada com a Atalanta, em 2024, representou um divisor de águas para sua trajetória no Flamengo.

Para se concentrar em campo, Wesley adotou um método próprio: acredita que seu primeiro toque na bola determina seu desempenho ao longo da partida. Além disso, contou com o apoio de Filipe Luís para aprender a lidar com erros e acertos.

– Confesso que até hoje quando eu vou entrar eu falo: “Caraca, tenho que concentrar o máximo para não errar o primeiro toque. O primeiro toque é tudo”. O primeiro toque vai ditar o teu jogo todo. O primeiro toque eu pego, driblo um ali, sofro uma falta: "Hoje eu estou bem”. Mas isso que eu aprendi com o tempo. Antes, quando entrava e errava, a galera ficava "ah, não sei o quê" e eu ficava meio: "o que que eu faço agora?" E esse era o meu erro. Eu tentava fazer alguma coisa para eles gritarem. Eu comecei a aprender isso. Errou? Calma. Eu vou errar de novo, mas uma hora eu vou acertar – comentou antes de completar:

– Eu ficava com tanto medo de errar que eu não acertava nada. Agora eu não tenho medo de errar porque eu sei que na próxima eu posso acertar ou eu posso errar de novo. É o que o Filipe Luís fala: "Erra, erra, erra, mas não para de tentar, não para. Chega na linha de fundo, vai pra cima. Lá atrás, tenta sair jogando. Errou, recupera, errou, recupera. Eu só não quero que perca a bola e fique olhando. Errou, tenta de novo, tenta de novo, tenta de novo." Quando eu botei isso na minha cabeça eu falei "caramba, errei" e posiciono ali, recupero. Quando acerto, a torcida faz a festa que chega a arrepiar, não tem como – revelou ao ge.

Seu crescimento já era visível desde 2023, mas foi no ano seguinte que conquistou de vez a torcida e despertou o interesse de clubes europeus. Em agosto, uma proposta de R$ 120 milhões da Atalanta mexeu com o jogador, mas ele transformou a experiência em motivação para evoluir ainda mais.

– Acho que a minha virada de chave foi em 2024, depois que eu não fui para a Atalanta. Ali foi a minha virada de chave. Não dava de ficar estacionado, lamentando, porque eu não fui. Eu não sou de chorar, só que esse dia não teve como não chorar. Pela fase que eu vivi, eu entendia que o momento que era para sair. Mas eu não saí e eu falei "Meu Deus, agora o que eu vou fazer? Ninguém me quer mais aqui, eu vou ficar fazendo o quê?" Minha cabeça estava assim. Aí meu empresário falou "Irmão, vamos. Tu estava saindo de uma Ferrari para ir para uma Lamborghini, mas tu tá na Ferrari ainda". Aí eu pensei "Caraca, é verdade, estou no Flamengo e 'reclamando' porque eu não fui. Estou no Flamengo e estou querendo sair?" Ali foi minha virada de chave – comentou ao ge.

Embora tenha optado por permanecer no Flamengo nesta janela de transferências, Wesley ainda alimenta o sonho de atuar no futebol europeu. Para ele, o momento ideal para uma possível saída será na janela do meio do ano.

– Eu vi que o momento para mim era de ficar aqui no Flamengo. Tinha minha filha que nasceu dia 5 de janeiro. Se eu fosse embora, eu não ia acompanhar o crescimento dela. Ela vai fazer dois meses já e está sendo a melhor coisa que já aconteceu na minha vida ficar com ela esse tempo. Conversei com os meus empresário. Se acontecer, o ideal é ir no meio do ano só – e completou:

– É difícil, é difícil pra caramba (não ficar ansioso). Eu não paro de pensar. Já falei que é meu sonho jogar lá fora. Mas o que eu estou vivendo aqui é uma coisa que eu não esperava que eu fosse viver. Está fazendo muito bem pra mim ficar aqui, muito, muito mesmo. Só que meu sonho é estar lá também. Aí eu fico dividido nessas coisas. Mas é a vontade de Deus: se for para ir, eu vou. Se for para ficar, eu fico.

Fonte: S1Live