Atual comandante do Corinthians , Mano Menezes possui uma relação conturbada de longa data com o Flamengo . As equipes se enfrentam pelo Campeonato Brasileiro , neste sábado (7), às 21h (de Brasília).

Em junho de 2013, o técnico foi contratado pelo clube rubro-negro, que vivia um período de reestruturação e uma política de austeridade financeira praticada pela diretoria. Após se livrar de vários medalhões, a folha salarial era de apenas R$ 3,5 milhões mensais.

Durante o período na Gávea, Mano voltou a trabalhar com jogadores que foram bastante importantes na sua primeira passagem pelo Corinthians, entre 2008 e 2010: o goleiro Felipe e o volante Elias.

Logo que assumiu o cargo, ele trouxe mais dois ex-atletas que comandou no Timão: o lateral André Santos e o zagueiro Chicão.

Mano conseguiu avançar com o time na Copa do Brasil , mas fez uma campanha muito ruim no Brasileirão, a ponto de não conseguir emplacar duas vitórias seguidas na equipe rubro-negra. Em 22 partidas, foram nove triunfos, seis empates e sete derrotas – um aproveitamento de 50%.

Após a derrota de virada para o Athletico-PR por 4 a 2 no Maracanã, o técnico pediu demissão em um pronunciamento feito na sala de imprensa. Ele deixou o time na 15ª posição do torneio, com 26 pontos, apenas dois à frente da zona de rebaixamento.

"Estávamos fechando um ciclo de quatro meses e senti no resumo do jogo de hoje que não consegui passar para esse grupo aquilo que penso de futebol. E quando é assim, é porque o técnico precisa sair. Com essa visão, tomei essa decisão difícil e inédita na minha carreira".

Pelaipe, responsável pelo futebol rubro-negro à época, disse que não esperava a saída do treinador.

"Fomos pegos de surpresa com a saída do Mano Menezes da equipe. Eu não sabia que ele iria sair. Logo depois da derrota por 4 a 2 para o Atlético-PR, ele me chamou para conversar. Falou que ia sair do time e que iria anunciar na entrevista coletiva. Eu disse: Calma! Conversamos por mais de meia hora e eu tentei fazê-lo mudar de ideia. Mas ele estava irredutível e era uma decisão pensada e que tinha tido alguns problemas e que não concordava. Eu havia trabalhado com ele 2 anos e 10 meses no Grêmio. Ele quitou a multa do contrato dele com o Flamengo e foi embora. Foi um momento difícil, mas respeitamos a decisão dele. O Mano tinha sido importante a participação até então com o grupo", disse ao ESPN.com.br , em 2017.

Explicou a saída

Em 2017, Mano disse ao programa "Bola da Vez", da ESPN , que o pedido de demissão foi motivado por problemas de comportamento dos jogadores.

"Não tem nada ver com parte tática isso. Fatos depois que ocorreram com o grupo do Flamengo, que apareceram depois em algumas festas e algumas coisas, para quem estava atento viu que era disso que eu estava falando".

Três dias antes do pedido de demissão, o lateral André Santos - acompanhado de três mulheres - havia batido o carro no meio-fio durante a madrugada quando seguia pela Barra da Tijuca.

“Havíamos eliminado o Cruzeiro na Copa do Brasil e um resultado importante. Aconteceram fatos naquela semana que eu não achava que deveriam ser comemorados e alguns jogadores acharam que deveriam comemorar fora do limite que eu acredito do profissionalismo do futebol, então esse foi um dos fatos".

Além disso, ele afirmou que teve um forte desgaste com Luiz Eduardo Baptista, então diretor do Flamengo, que queria vetar duas entrevistas marcadas via assessoria de imprensa pessoal do treinador.

Mano deixou mágoas em integrantes da diretoria da época e foi chamado até de covarde por ter abandonado o barco. O interino Jayme de Almeida assumiu a vaga do gaúcho e conquistou a Copa do Brasil de 2013.

Troca de farpas

Os problemas de Mano com o Flamengo são antigos. Quando era treinador do Grêmio, ele alfinetou o clube no Campeonato Brasileiro de 2007 e garantiu não se importar tanto com a força da torcida. Acabou derrotado por 2 a 0, com recorde de público do Brasileiro, com direito a 63.179 pagantes no Maracanã.

Em 2019, Mano criticou o técnico Jorge Jesus, que comandava o clube da Gávea. O gaúcho, que estava no Palmeiras, não gostou de uma atitude do português contra o jogador Jorge, do Santos. "Já teve treinador que deu tapa no rosto do outro jogador e não levou amarelo".

Além disso, o técnico disse que gostava mais de Abel Ferreira, atual técnico do Palmeiras, do que de Jesus.

"Muitos que vieram são bons e estão fazendo trabalhos extraordinários. Um de forma muito rápida, que foi o Jorge Jesus. Outro de maneira muito consistente, como o Abel Ferreira do Palmeiras, o qual eu tenho preferência. Sempre acreditei em uma coisa mais embasada, construída".

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