Lembrado sempre pelo gol de falta feito com a camisa da Seleção contra a Colômbia na Copa do Mundo de 2014, o zagueiro David Luiz já era alvo de brincadeiras por parte dos torcedores do Flamengo e dos próprios companheiros diante do fato de nunca ter conseguido repetir isso dentro do Rubro-Negro.
Na última quarta-feira, contra o Cruzeiro, enfim saiu o esperado gol no fundamento, que quebrou um jejum de sete anos - o último havia sido feito num jogo entre Chelsea e Liverpool (1x1). Para marcar, David explica que ficou tentando tirar a atenção de Marlon e de outros jogadores da Raposa que estavam na barreira. Deu certo a estratégia: foi o lateral-esquerdo quem abriu e deu espaço para o zagueiro de 37 anos marcar.
- Ele (o juiz) já tinha autorizado antes. Primeiro eu estava brincando com os meninos da barreira que ia bater por fora. Estava o Marlon ali e outros jogadores. Eu estava tentando de alguma forma desestabilizá-lo e fazê-lo pensar algo para que eu pudesse tentar encontrar uma melhor maneira de bater a falta.
- Tentei desestabilizá-lo naquela hora, já tinha falado com o Alcaraz. A barreira andou para frente, e o juiz já tinha apitado. Então, quando ele já tinha apitado, ele vai ali e fala: "Vai, joga, vamos, chuta". Quando ele aponta para mim para eu chutar, eu falo: "Então está bom". Vi o espaço e chutei. Na hora que eu corri olhando na visão periférica, eu consegui ver que ele (Marlon) deu o passinho e aí usei aquele espacinho - explicou à FLA TV.
Menos treinos de cobranças de falta
- Feliz porque esse gol saiu. Fazia sete anos que eu não marcava gol de falta. Já vinha batalhando alguns anos por isso, tinha parado alguns anos de trabalhar, principalmente na pandemia, até para dar um descanso para o joelho.
- Bater falta é sempre um trabalho muito de repetição. Quando você vai adquirindo uma certa idade, você tem que estar gerindo alguns esforços. Você tem que saber lidar com isso. Feliz, foi uma oportunidade que tive ali no momento e aconteceu da melhor maneira possível. Futebol são isso, são tomadas de decisões. É um segundo para tomar a decisão. Se a bola bate na barreira, todo mundo ia estar reclamando e dizendo: "Espera para bater a falta". Só você pode decidir e, graças a Deus, eu decidi bem.
Carinho do grupo na comemoração do gol
- Gratificante. Mais do que surpreendido, eu fico grato. Esses traços da minha personalidade, esse é o meu verdadeiro eu. Eu gosto de ajudar as pessoas a realizaram e principalmente algo que consegui viver no futebol devido a muitos ajudas também. E entender que há um caminho árduo para frente, mas há um caminho possível de acontecer. Tento passar para eles que devem haver uma construção, deve algo que vai doer um pouquinho. Mas, se eles fizerem da maneira correta, vão conseguir construir da melhor maneira possível e viver dentro do que você tem a construir como legado dentro da sua profissão.
Finais frequentes para o Flamengo
- Primeiro: decisão atrás de decisão prova o trabalho que o presidente e a diretoria vêm fazendo, estabilizando essa potência da América e dando a oportunidade aos jogadores de desempenharem o trabalho de melhor maneira possível. Tem que ressaltar isso, porque às vezes passa batido, e as pessoas pensam que é normal.
- E antes de eu vir para o Brasil, eu vi o Flamengo em inúmeros momentos longe de disputar títulos, mesmo tendo oportunidade e potencial para isso.
Vantagem na final
- Depois, trazendo para mais uma final, é mais uma oportunidade que é dar aquilo que a Nação sempre merece, que é celebrar títulos. Com toda a oportunidade que falei que temos de desempenhar o trabalho da melhor maneira possível, a maneira de retribuir é ganhando título. Contra um time muito qualificado, que já vem demonstrando isso ao longo dos anos, com muitos craques, mas a gente conseguiu fazer um grande jogo dentro de casa.
- Era importante começar bem, se impondo no jogo, já mostrando verdadeiramente a cara que é a da equipe do Filipe Luís, tentando ganhar o jogo da melhor maneira possível. Isso foi feito, mas não está acabado, é uma final contra um adversário muito, muito bom, de um grande treinador e na casa deles. A gente deve entender que são outros 90 minutos em que a gente tem que estar totalmente ligado se quiser celebrar o título.
- Para mim, é um privilégio. E é gratificante. Primeiro por vê-lo realizar aquilo que ele sempre sonhou. A gente já tinha muitas trocas sendo jogadores, mas conversando já sobre futuro, treinar e essas coisas. E em análises dentro e fora das partidas, falando de futebol porque somos dois apaixonados por futebol. Ser treinado por ele é gratificante porque ele é apaixonado por futebol e apaixonado nos detalhes.
- O que posso fazer é tentar ajudá-lo da melhor maneira possível, seja dentro ou fora de campo. Seja com algumas visões ou maturidade de alguns momentos que já vivi no futebol. Sei que ser treinador não é fácil, são muitas coisas que você tem que pensar, e às vezes essas ajudas e esses alicerces que você consegue ter dentro de um clube te ajudam a tomar melhor uma decisão. O que posso fazer eu faço não só pelo treinador que é, mas também pela pessoa que é. Um apaixonado pelo Flamengo , uma pessoa que merece estar vivendo tudo que está vivendo. Vamos fazer de tudo para que possa concretizar essa vitória também como treinador porque todos nós estaremos felizes porque será mais um título.
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