Perder por 6 a 1 para um de seus maiores rivais jogando em casa, independentemente da categoria, é um resultado de se causar espanto. Mas é importante entender o contexto em que se deu a goleada sofrida pelo Flamengo para o Fluminense nesta sexta-feira , pelo jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil da categoria, que coloca o Fla numa situação bastante complicada na briga por uma vaga na final - o jogo de volta acontece na próxima quarta, nas Laranjeiras.
Antes de mais nada, é preciso ressaltar que o Fluminense que nada tem a ver com isso foi superior jogando na Gávea e teve todos os méritos do resultado. O técnico Guilherme Torres tem em mãos uma "Geração dos Sonhos", como está sendo chamada a fornada de Xerém a qual pertencem Matheus Martins (autor de dois gols no clássico), João Neto (autor de um), Kayky, Metinho e companhia. Foi um atropelo do campeão brasileiro da categoria.
O Flamengo do técnico Ramon Lima não pôde contar com oito jogadores. Os atacantes Weverton e Ryan Lukas, por exemplo, estão tratando de lesões no departamento médico. A maioria dos desfalques se deu mesmo por causa da Covid-19: João Pedro, atacante, e Rodriguinho, meia, estão entre os casos.
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Jogadores do Fluminense comemoram gol contra o Flamengo no sub-17 — Foto: Mailson Santana / Fluminense FC
Já o atacante Mateuzão e o meia Matheus França, dois dos principais jogadores da categoria, ambos com convocações para seleções de base, não jogaram porque estavam sem condições ideais de jogo. Eles contraíram o coronavírus recentemente, ficaram 10 dias sem treinar, voltaram a treinar há poucos dias, mas ainda precisavam evoluir fisicamente. Além disso, os titulares Werton (artilheiro da equipe na competição, com quatro gols), Lucas Bauru e Richard começaram no banco porque também não estavam em condições.
O Flamengo já havia sofrido com problema parecido nas quartas de final, contra o Sport. Foram 14 desfalques no jogo de ida e 13 no jogo da volta. A equipe rubro-negra venceu ambos por 2 a 1 e se classificou para as semifinais.
No jogo desta sexta, o Fluminense fez 3 a 0 em 25 minutos e dominou a partida até pouco depois dos 30. Dali em diante, o Flamengo tirou proveito da redução do ritmo do rival (muito por conta também do calor) e cresceu, levando perigo ao menos em três oportunidades: Victor Hugo e Will pararam em ótimas defesas do goleiro Cayo Fellipe, enquanto Petterson parou no travessão.
No início do segundo tempo, o Fluminense fez o quarto logo no primeiro minuto, gol contra do lateral Arthur Augusto, eliminando qualquer rascunho de reação do Flamengo. O abatimento se via até nas arquibancadas: enquanto membros da comissão técnica do Flu gritavam a todo momento, inclusive puxando a orelha dos jogadores quando eles baixavam o ritmo, os do Fla só se manifestaram no momento do gol de Arthur.
Diante de um contexto de pandemia e desfalques provocados pelas convocações ao sub-20, o Flamengo considera bons os resultados da sua categoria sub-17 e, por isso, evita qualquer tipo de caça às bruxas. A equipe tinha 100% de aproveitamento na competição antes do clássico e chegou às semifinais no Brasileiro.
O jogo de volta entre Fluminense e Flamengo pela semifinal da Copa do Brasil sub-17 acontece na próxima quarta-feira, às 15h30 (de Brasília), nas Laranjeiras.