Corpo de Denir é velado na Gávea, e Athirson revela histórias com o massagista no Flamengo

O corpo de Denir, massagista que trabalhou no Flamengo por 42 anos e era um dos funcionários mais antigos do clube, foi velado na manhã desta terça-feira no salão nobre da Gávea e de tarde deixou o local sob aplausos para ser sepultado no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita. A sede do clube esteve aberta para a visita de amigos e torcedores, que passaram para se despedir.

Revelado no clube e atualmente no Palmeiras, o goleiro Marcelo Lomba foi o único jogador ainda em atividade a aparecer no local para se despedir do massagista (a maioria dos atletas do atual elenco rubro-negro está viajando nessa última semana de férias). Entre os ex-jogadores, marcaram presença Adílio e Athirson. O ex-lateral-esquerdo inclusive contou algumas histórias com o Massagista:

- Eu particularmente tenho muitas histórias legais com ele. Comecei aqui desde o pré-mirim, passei por todas as categorias e cheguei ao profissional e o Denir já era uma lenda. Sou muito grato porque vários momentos difíceis ele estava comigo, cuidando do meu tornozelo, abrindo mão às vezes de ficar em casa com a família, já fiquei concentrado com ele mais de 15 dias para tratar. A gente não tinha fisioterapeuta, o massagista fazia toda essa parte.

- E ele, de muita sabedoria, ia muito no lado psicológico nosso também. Tinha momentos que a gente não acreditava que podia recuperar de uma lesão, e ele ficava ali o tempo todo: "Você vai jogar, vai nos ajudar". Lembro de uma discussão que tive com o Mancuso no Maracanã, aquele empurra-empurra, Denir me abraçou, me empurrou para o chuveiro e abriu a água fria: "Esfria a cabeça". E não deixou eu sair enquanto não enfriasse a cabeça - contou Athirson.

Entre os dirigentes, Márcio Tannure, médico do time profissional; Vitor Zanelli, vice-presidente da base do Flamengo ; Reinaldo Belotti, CEO do clube; Bruno Spindel, diretor executivo de futebol; Marcos Braz, vice-presidente de futebol, e o supervisor Gabriel Skinner estiveram no local. Braz deu um depoimento para a imprensa sobre a convivência com Denir:

- Ele foi um ícone aqui dentro, para a gente. Só as pessoas que conviveram com ele sabem qual era a força dele no dia a dia, e a força também que ele passava quando tinham os maus resultados. No Mundial (de 2019) eu chorei só com ele. Ele fez uma trajetória linda aqui com as pessoas, os jogadores que passaram na mão dele, um profissional exemplar, sempre o primeiro a chegar e o último a sair. Não tinha negócio de altitude com ele, de pedir calma... Era impressionante a energia.

Velório do Denir no Salão Nobre da Gávea — Foto: Thiago Lima

O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello esteve no local mais cedo, devido a compromissos no horário. Já o atual presidente, Rodolfo Landim, está em viagem em Sergipe e por isso foi ausência no velório. Um torcedor chegou cedo na porta do clube e levou um cartaz com a mensagem: "Vá com Deus, Denir!".

torcedor levou cartaz para o velório do Denir — Foto: Thiago Lima/ge

Denir tinha 75 anos e lutava contra um câncer no cérebro desde 2022. Ele estava internado no hospital desde o último mês de setembro. Na segunda-feira, o corpo do massagista foi velado em evento fechado para familiares e amigos na capela do Flamengo .

Veja vídeos de Denir:

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Fonte: Globo Esporte