O atacante Jô, do Corinthians , concedeu entrevista exclusiva ao repórter dos canais ESPN Flávio Ortega e comentou o caso de racismo envolvendo o meia Gerson, do Flamengo , na partida contra o Bahia no último final de semana.
“A gente sempre vê com tristeza, né. Mas ao mesmo tempo nos dá força. Eu vim de uma família humilde e já passei por algumas discriminações em questões sociais e superei isso. Agora a questão do racismo é triste, a gente passa por tantas coisas, um ano tão difícil que nem esse, é hora de colocar a mão na consciência e ver que não existe diferença", disse Jô.
"Independente da cor, todo ser humano é igual e amar uns aos outros e respeitar. É bacana ver todo mundo se posicionando, mas realmente tem que ter o respeito de todas as pessoas. Aqui em casa toda a minha família é negra e a gente tem um orgulho muito grande e ensino meus filhos a lidar com esse tipo de coisa. Se posicionar é importante, não vou chegar aqui e dizer que está a ponto de acabar porque ainda existem muitas pessoas assim. Mas quanto mais as pessoas se posicionarem, se mobilizarem em colocar um ponto final nisso, a tendência é diminuir", completou.
O atacante do Corinthians ainda falou sobre a atitude de Gerson, que denunciou o caso, acusando o jogador do Bahia Índio Ramirez de injúria racial.
Jô também comentou sobre o caso do garoto Luiz Eduardo, de 11 anos, que acusou de racismo um técnico de um time rival em um torneio em Goiás.
"A atitude do Gerson foi muito bacana, se posicionou, se pronunciou, as pessoas envolvidas serão punidas. E a questão do Luiz Eduardo também porque eu vi pela internet e doeu o coração ver ele chorando ali e vai aprender, vai ter o apoio de todo mundo e nós negros e pessoas de outras raças estamos apoiando. É bacana ver quanta gente engajada para melhorar isso no Brasil e no mundo inteiro”, concluiu Jô.