É comum que crianças se assombrem com criaturas que nascem da própria imaginação e percam o sono à noite — um roteiro que o Flamengo transformou em realidade na Libertadores. Hoje, o time comandado por Filipe Luís visita a cidade de Santiago del Estero, no interior da Argentina, para encarar o “monstro” que ajudou a criar há um mês: enfrenta o Central Córdoba, líder do Grupo C, às 21h30, em um confronto de vida ou morte.
Em terceiro lugar, com quatro pontos — três atrás dos argentinos e um a menos que a LDU —, o rubro-negro abre a quarta rodada sob risco de se complicar seriamente. Uma derrota para o Central Córdoba, combinada com uma vitória dos equatorianos sobre o lanterna Deportivo Táchira, deixaria o Flamengo em situação crítica. O cenário tira o sono do torcedor, mesmo diante de um adversário modesto, que disputa a Libertadores pela primeira vez.
E o responsável por essa situação é o próprio Flamengo. A surpreendente derrota por 2 a 1 para o Central Córdoba, no Maracanã, no dia 9 de abril, marcou não apenas o primeiro triunfo dos argentinos na história da Libertadores, mas também seus primeiros gols no torneio. Agora, uma torcida ensandecida — que já havia festejado no sorteio a chance de enfrentar um dos gigantes do continente — pode ver sua equipe encaminhar a classificação para o mata-mata neste segundo encontro.
As principais críticas ao rubro-negro naquela noite se deveram à desconexão em campo — um time que parecia acreditar que poderia vencer a qualquer momento. Ao escalar uma equipe alternativa, Filipe Luís também errou ao lançar titulares no decorrer da partida e promover ajustes mal executados. Os argentinos, por sua vez, estavam preparados para aquele cenário.
Com um elenco bastante inferior ao do Flamengo — e até aos outros adversários do futebol argentino —, Omar De Felippe definiu a Libertadores como prioridade absoluta. As duas vitórias e o empate conquistados na fase de grupos contrastam com as cinco derrotas consecutivas e a eliminação no Campeonato Argentino ainda na primeira fase da competição. Para o confronto desta noite, não há desfalques.
Já o desempenho rubro-negro no torneio continental não empolga após três partidas. O empate com a LDU, em Quito, foi encarado mais como um alívio do que motivo de comemoração. No Brasileirão, a equipe perdeu a ponta para o Palmeiras após derrota diante do Cruzeiro.
A atuação foi marcada por falhas de Léo Pereira e De La Cruz. A insistência de Filipe em nomes como Michael e Bruno Henrique começa a beirar a teimosia. A partida contra o Córdoba chega em um momento de pressão e exigirá capacidade de reação de time e treinador.
Plata e Everton Cebolinha não viajaram e serão ausências. O primeiro segue com edema ósseo no joelho direito, enquanto o segundo teve constatada uma pequena lesão na panturrilha esquerda.