Nesta quinta-feira, em votação realizada na Gávea, a proposta para ampliação do mandato de três para quatro anos foi rejeitada por unanimidade no Conselho Deliberativo do Flamengo. A ideia era implementar um sistema com mandato único e com o fim da reeleição para presidente. O atual mandatário do clube, Rodolfo Landim, disse no começo da reunião que não quer ficar um dia a mais no cargo após o fim do mandato em 2024, diante do movimento de apoiadores para fazer valer os efeitos da emenda para o atual governo.
A reunião teve 386 presentes, inclusive ex-presidentes, como Eduardo Bandeira de Mello e Kleber Leite. A proposta que visava a criação de um Plano Estratégico a longo prazo foi aprovada. O plano da gestão eleita no fim de 2024 deverá ser apresentado pelo Conselho Diretor, com pareceres do Conselho Fiscal e da Comissão Permanente de Finanças.
A segunda votação, da emenda que que limitaria quem tem cargo público a concorrer à presidência do Flamengo, foi alvo de polêmica. Por maioria absoluta dos votos, a proposta foi rejeitada, o que significaria uma nova derrota para a situação. Houve confusão generalizada após o resultado. E o presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Alcides, anulou a votação, após pedido de recontagem dos votos.
A vitória seria da oposição, na figura do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, que chegou a comemorar o resultado. Bandeira é deputado federal e alegou que a emenda foi sugerida para lhe barrar a possibilidade de participar das próximas eleições, o que ele negou ter interesse.
O presidente Rodolfo Landim reclamou e Alcides disse que seria preciso refazer a votação. Mas vários conselheiros já haviam saído da reunião. Em seguida, o presidente do Conselho Deliberativo suspendeu a votação. A oposição a Landim argumenta que a votação já tinha sido encerrada com a proclamação inicial de Alcides.
— A emenda foi lida, foi apreciada, foi votada, ganhamos de 80% a 20%. O presidente do Conselho declarou o resultado, mas foi pressionado com truculência, tomaram o microfone da mão dele, e ele se viu obrigado a anular a sessão. O que era um golpe estatutário virou um golpe de verdade. Só não tinha tanque de guerra — afirmou Bandeira de Mello na saída. Landim deixou a sede da Gávea sem dar declarações.