Como Tite costumava fazer as pré-temporadas no Corinthians

O elenco do Flamengo se reapresenta nesta segunda-feira para o início da pré-temporada. No Ninho do Urubu, o elenco completo só tem a ausência de Nicolás De La Cruz, contratação que chega ao Rio de Janeiro amanhã. Tite, que está no CT desde a manhã, volta a conduzir uma pré-temporada após oito anos.

Antes da passagem pela seleção brasileira, sua última havia sido em 2016, no seu período final de trabalho a frente do Corinthians, onde teve a oportunidade de trabalhar em cinco pré-temporadas. O gaúcho teve duas passagens no Parque São Jorge: entre 2010 e 2013; e entre 2015 e 2016.

Contratado inicialmente em outubro de 2010, a primeira pré-temporada de Tite, em 2011, foi marcada por um modelo encarado como diferente na época. A exemplo do ano anterior, o elenco se concentrou na cidade de Itu (SP) por "apenas" seis dias, no mês de janeiro. Isso porque o período era apontado como curto.

Justificando que não seria bom para seus jogadores ficarem muito tempo afastados da família, o treinador conduziu o restante dos treinos no CT do clube, e também mostrava ansiedade para o começo dos jogos oficiais, o que aconteceu com o início do Campeonato Paulista. Mesmo assim, aproveitava a chance de um tempo mais calmo para se aproximar dos atletas, pessoalmente.

A estratégia acabou não dando certo de imediato, pois o alvinegro se tornou o primeiro brasileiro da história a cair na Pré-Libertadores, quando foi eliminado pelo Deportes Tolima (Colômbia). Porém, a decisão de manter Tite permitiu que ele levasse o clube ao título brasileiro daquele ano. Em 2012, a ideia foi manter a base campeã.

Aquela pré-temporada teve um amistoso contra o Flamengo e também foi marcada por um período de ausência do treinador. O motivo foi a necessidade fazer uma cirurgia para corrigir uma hérnia inguinal, que o deixou em repouso por vários dias. Seus auxiliares conduziram os trabalho, incluindo Cléber Xavier, hoje também no rubro-negro.

Um bom período de férias seguido de planejamento com trabalhos fortes fizeram com que o Corinthians tivesse a temporada mais gloriosa de sua história, vencendo a Libertadores e o Mundial de Clubes. Porém, isso também um cobrou um preço no ano seguinte.

Como o Mundial foi até dezembro, a pré-temporada de 2013 precisou ser mais curta para os jogadores principais, para respeitar as férias. A volta foi já em meio ao Campeonato Paulista — os reservas iniciaram a disputa —, com os titulares começando a atuar só duas semanas depois de voltarem.

Além disso, Tite, que antecipou seu retorno, precisou bolar estratégias diferentes para dois grupos. Nomes como Renato Augusto, Gil e Alexandre Pato eram novidades. Porém, o resto do time teve lesões, problemas físicos e uma queda de desempenho no início do ano. Com o final da temporada, o treinador não teve seu contrato renovado.

Segunda passagem de desafios internacionais

O pontapé inicial de um ano em que o Corinthians venceria o Campeonato Brasileiro de maneira absoluta foi a disputa da Florida Cup, nos Estados Unidos. Após jogos contra dois times alemães — derrota para o Colônia e vitória sobre o Bayer Leverkusen —, a equipe de Tite, que voltou ao Parque São Jorge após um ano, também fez um amistoso contra o Corinthians Casuals, time inglês no qual o clube paulista se inspirou no nome.

Naquele momento, a base de um time era de nomes como Renato Augusto e Emerson Sheik, e a pré-temporada foi importante para lançar a equipe na disputa do Campeonato Paulista e da Pré-Libertadores.

E, 2016, o último ano de Tite no comando do Corinthians, antes de assumir a seleção, a pré-temporada foi feita novamente na Florida Cup, além de ter tido um amistoso contra uma equipe local. Foram 11 dias na América do Norte, antes da chegada para o início do Campeonato Paulista.

O clube passava por incertezas na manutenção do elenco, com a saída de nomes importantes e a cobrança da torcida por reforços, mas Tite se mantinha confiante e com o discurso otimista. Depois, não pôde mais estar à frente do time, pois aceitou o convite da CBF, para quem trabalhou por seis anos e meio.

Neste ano, agora no Flamengo, ele vive uma situação parecida com a de 13 anos atrás. Chegado ao Ninho de Urubu no final da última temporada, ele terá um período para se relacionar melhor com o elenco rubro-negro e solidificar ideias no campo. Novos reforços ainda devem chegar. A pré-temporada terá duas partes: primeiramente, no Rio e, no fim do mês, em Orlando, nos EUA.

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Fonte: Extra