Como o "paizão" Gerson tem influenciado na evolução dos garotos do Flamengo

Um dos principais responsáveis pela boa fase do Flamengo no Campeonato Brasileiro é o capitão Gerson. Na ausência dos selecionáveis, ele assumiu o protagonismo e vem liderando o time. Mas não apenas pelo desempenho em campo, com articulação e passes decisivos. Sua influência tem ajudado no desenvolvimento dos garotos do Ninho, que têm sido mais utilizados com as ausências provocadas pela Copa América.

Um bom exemplo aconteceu no domingo. Na vitória sobre o Cruzeiro, chamou atenção a cena de Gerson cruzando o campo para dar orientações a Werton na lateral, instantes antes de o jovem substituir Bruno Henrique. Werton teve oportunidade e foi elogiado por seu desempenho nos minutos finais do jogo.

O meia tem sido uma espécie de mentor da molecada rubro-negra dentro e fora de campo. Por isso ganhou a alcunha de "paizão" dos garotos. A parceria coincide com a evolução dos jogadores no dia a dia.

Gerson e Wesley em ação no jogo entre Flamengo e Cruzeiro — Foto: Wagner Meier/Getty Images

Wesley é um dos mais próximos ao capitão, uma relação de amizade que surgiu no ano passado. Cria da base do Flamengo , o lateral começou mal a temporada e viu as dificuldades se agravarem por um problema extracampo. O jogador se envolveu em uma briga em um quiosque na Barra da Tijuca, que coincidiu com as poucas oportunidades com Tite.

Com a convocação de Varela para a seleção do Uruguai, Wesley voltou a ter oportunidades e vem sendo titular. A vida pessoal também está fluindo. Na última semana, o lateral celebrou uma festa de "chá revelação" e descobriu que será pai de uma menina. Gerson foi escolhido para ser o padrinho.

- Meu segundo pai vai ser dindo da Alice - publicou Wesley,em uma rede social, junto a uma foto abraçando o meia.

Wesley e Gerson, do Flamengo — Foto: Reprodução: Instagram

Em campo, Gerson procura orientar a molecada a não perder a concentração durante os jogos, alerta sobre o posicionamento, recomposição e marcação sem a bola. Também considera importante incentivar quando os companheiros erram as jogadas, para que não desistam.

Fora dos gramados, aconselha seus pupilos a não se deslumbrarem com a fama e evitarem ostentação, algo que chame muita atenção. De certa forma, Gerson se enxerga nos companheiros mais jovens e tenta retribuir as orientações que recebeu no início da carreira, quando saiu de Xerém para se destacar no Fluminense e despertar o interesse da Roma e do próprio Flamengo .

Reinier comemora com Gerson um gol do Flamengo contra o Atlético-MG em 2019 — Foto: André Durão

A boa relação com os mais novos não é de agora. Em 2019, um dos principais parceiros de Gerson em campo era o meia Reinier, que aderiu à comemoração do "vapo" que se popularizou após os gols do Coringa.

Nessa época, Lorran via tudo pela televisão. Ele tinha 13 anos e sequer havia chegado à base rubro-negra quando Gerson desembarcou no clube com status de estrela, para ganhar os títulos da Libertadores e do Brasileirão de 2019. Hoje, aos 17, ele tem o parceiro de time como referência e amigo.

- Relação muito boa, de pai e filho. Quando eu cheguei no profissional, ele (Gerson) me tratou muito bem. Fui, cheguei, fiquei perto dele, e está aí o resultado, a gente se entende dentro de campo. Aliás, ele me deu um belo passe para eu fazer o gol. Só precisei quebrar o pé no cantinho. A bola veio perfeita - disse Lorran, após vitória sobre o Corinthians, na 6ª rodada do Brasileiro.

Lorran e Gerson comemoram após gol do jovem no Flamengo x Corinthians — Foto: Pedro Martins

Com a oscilação natural da idade, Lorran vem se consolidando nesta temporada e seu desempenho indica que ele seguirá tendo espaço, mesmo quando os jogadores que estão na Copa América retornarem.

Com Gerson e os garotos do Ninho, o Flamengo vai a Belo Horizonte, na quarta-feira, para enfrentar o Atlético-MG, em busca de disparar na liderança do Campeonato Brasileiro.

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Fonte: Globo Esporte