Já garantido nas oitavas e líder do Grupo D, o Flamengo encara o Los Angeles FC nesta terça-feira (25), às 22h, em Orlando. O confronto encerra a primeira fase da Copa do Mundo de Clubes, e servirá para que o técnico Filipe Luís observe novos nomes e faça ajustes no time.
Em entrevista coletiva, Filipe confirmou que promoverá mudanças na escalação. A partida servirá como laboratório para quem ainda não atuou no torneio.
- Vamos esperar amanhã para saber exatamente quem vai começar. Alguns jogadores vão mudar, sim, mas nosso foco está em vencer esse jogo. Primeiro pela responsabilidade que temos, pelo escudo que levamos no peito. Jogadores já demonstraram isso, jogamos amistoso de pré-temporada e deram a vida. Vai ser assim amanhã. Eles competem entre eles - disse Filipe, que completou:
- Vou fazer uma equipe que possa ser competitiva e ganhar. Em função do meu plano de jogo e do que aconteça no jogo, claro que, se eu puder dar minutos para todos poderem desfrutar de uma competição tão especial como está sendo esse Mundial, vou dar. Está sendo muito especial para todos nós, treinadores, jogadores, torcedores, acredito que para vocês também. Sempre pensando no que é melhor para a equipe. Colocando a equipe na frente de tudo. Mas se puder ajudar alguém individualmente, com certeza farei.
Enquanto isso, De la Cruz segue como desfalque. Apesar de não ter lesão constatada nos exames recentes, o uruguaio ainda sente dores no joelho esquerdo e segue em tratamento.
- O Nico teve uma lesão séria naquele jogo que se machucou. Pensamos que ele nem viria para cá, foi uma recuperação bastante rápida, estava perto de voltar, mas essas coisas acontecem. Eu tenho certeza que ele está fazendo todo o possível para estar disponível. É um jogador muito importante, dá uma dinâmica e vantagem qualitativa muito grande quando está no campo. Esperamos que possa se recuperar porque precisamos dele - comentou Filipe.
Confira outras respostas de Filipe Luís
Torcida
- Não espero outra coisa a não ser ver a torcida que sempre vejo nos jogos. Que faz a diferença, que sente que está sendo representada pelos jogadores e que apoia a todo momento. Desde que me tornei jogador do Flamengo, nunca viajei para algum lugar e deixei de encontrar um flamenguista. Nos sentimos apoiados e esperamos correspondê-los.
Posição de Plata
- Plata é um jogador importantíssimo para nós. É tão bom que pode jogar em todas as posições do ataque. Por dentro, por fora, de centroavante, falso 9, ponta, dos dois lados, atacando espaços. É muito bom e estamos contentes com ele e seu rendimento. Mas acredito que sua melhor versão é por dentro, onde se sente mais cômodo. Uma espécie de meia-ponta interior que jogue entre linhas. É onde melhor se move. Mas tem condições de fazer todas.
Conservadorismo com não ter um time titular
- Eu entendo esse conservadorismo porque sempre que um torcedor olha para a equipe ele consegue escalar um time titular lendário que foi campeão. Sempre é um time-base. Sempre temos uma base do time que costumo manter, mas gosto da concorrência interna dos jogadores, saberem que se relaxarem eles perdem a vaga, que tem outro que quer entrar. O nível é muito alto. Depois, nesses momentos que um pode estar melhor que o outro e também em função do plano de jogo, eu tenho minhas convicções.
- Sou capaz de abrir mão de alguma peça pela convicção que tenho do que eu acho que pode dar certo. É minha forma de trabalhar. Já repeti time, já tivemos uma base. Até mesmo ano passado, podem escalar perfeitamente o time que foi campeão da Copa do Brasil 2024. Mas esse ano, com todos disponíveis, é um elenco muito forte e heterogêneo. São jogadores versáteis que jogam em várias posições com características diferentes e que dão possibilidades para afrontarmos cada adversário que vem pela frente.
Copa de Clubes a cada dois anos
- Para mim é um privilégio e orgulho estar nesse Mundial representando o clube que sou torcedor desde pequeno. Está sendo uma experiência incrível ver partidas que não estamos acostumados a ver e rivais potentes e poderosos em dificuldade. Está sendo uma experiência muito especial. Além de ser uma organização maravilhosa, está tudo perfeito. Não há nenhuma queixa de nada, estamos felizes de estar aqui. Espero que haja mais e que mais pessoas e clubes possam ter esse privilégio que estamos tendo.
Âmbito pessoal e família
- Quando vencemos o jogo é uma sensação maravilhosa em qualquer partida, ainda mais uma desse calibre. Mas na minha cabeça naquele momento nem estávamos classificados ainda e era jogo de fase de grupos. Por mais que tenha tido uma sensação até de final para o torcedor, na minha cabeça foi uma grande vitória, mas tiveram muitos detalhes que foram para os próprios jogadores entenderem o nível que eles estão. Para mim foi muito importante, eram três pontos. Gosto sempre de compartilhar os momentos bons e ruins com a minha família. Vocês bem sabem o quanto passamos longe deles. Ter o apoio da minha esposa e dos meus filhos aqui é o que me motiva.
Preservar atletas
- Sempre que tem diferença de quatro dias entre os jogos a recuperação é completa. Quatro dias é jogador recuperado, tempo para trabalhar, tempo para preparar plano de jogo, tudo melhor. Três dias não tem condição de manter os mesmos jogadores.
Los Angeles
- Estudamos o time do Los Angeles, que tem qualidade individual muito grande. Um ataque muito rápido pelas pontas. Não sei quem vai jogar no ataque, mas os dois têm muita qualidade para vir apoiar e atacar profundidade. Os três jogadores do meio cobrem muito o campo, principalmente o Igor Jesus, que foi meu companheiro. É um grande jogador. Estou muito feliz por ele estar feliz aqui e sendo importante. É disso que se trata, que o jogador se sinta importante onde está. E aqui ele está conseguindo isso. Tenho certeza que será um jogo muito difícil, mas, se mantivermos o nível que estamos apresentando aqui, vamos conseguir.
Manter a motivação contra o LAFC
- Sempre penso que se os jogadores não entram concentrados ou motivados o suficiente é porque eu não os mantive concentrados ou não dei o valor que o jogo necessitava. Nesse contexto do Mundial é uma oportunidade única de estarem aqui. Estão competindo entre eles, temos uma responsabilidade, queremos ganhar esse jogo para chegar com mais confiança nas oitavas. A motivação está muito clara para fazer um grande jogo. O nível de concentração vai existir porque existem milhares de torcedores que seguem e vão estar no estádio motivando a equipe. Não espero outra coisa se não ver o meu Flamengo que estou vendo nos outros jogos amanhã.
Reação do Flamengo comparada a outros times que venceram europeus
- Nas imagens que eu tenho de câmera aberta vi todos eles juntos se abraçando. Reservas, titulares, estafe. Vejo muito mais uma comemoração coletiva de um grupo que está fechado, 10 dias aqui fechados e treinando todos os dias juntos, convivendo. Vi uma comemoração de grupo do lado do torcedor do que para fora. Nem extrapolamos e nem comemoramos de menos. Não acho que tenha tido nenhum tipo de mensagem nessa comemoração se não um grupo muito unido.
Juninho
- O Juninho, como todos os outros, está trabalhando forte e bem para poder apresentar o futebol que esperamos dele. Amanhã se tiver uma oportunidade de ele demonstrar o futebol que tem, será bom. Vamos esperar para ver se ele pode ter minutos e ver mais da qualidade que ele tem.
Será como um jogo em casa?
- Muitos brasileiros moram aqui. É uma cidade especial para todos os brasileiros, mas todo lugar que vamos sentimos que temos torcedores junto. No mundo todo. Temos muitos torcedores, especialmente nessa cidade sabemos que teremos muitos torcedores nossos. Eles estarão aqui e isso ajuda muito no jeito que jogamos. Esperamos um estádio lindo e uma ótima atmosfera.
Oitavas contra Benfica ou Boca Juniors
- Já temos os nossos analistas separando imagens do Boca, Bayern, Benfica. Mas eu, como treinador, só penso no Los Angeles.
Características individuais por região dos clubes
- Precisaria pensar um pouco mais para responder tão rápido. Mais do que as regiões eu acredito que cada equipe tem uma característica. Cada time tem jogadores diferentes e um treinador com uma ideia e modelo. Mesmo os brasileiros somos completamente diferentes na forma de jogar. Vai muito da característica dos jogadores que tem, do que o treinador pede. É verdade que os europeus você vê mais essa obediência tática, mas vimos equipes bem trabalhadas de todo mundo. Por isso esse campeonato é tão especial. Estamos tendo a oportunidade de ver jogos que nunca veríamos, ou somente em amistosos, que não tem o mesmo conceito. Estamos jogando a vida aqui e vivenciando essa experiencia maravilhosa. Vou pensar mais na pergunta e na próxima coletiva respondo.