A partida deste sábado, diante do Fortaleza, no Castelão, será a primeira de Rogério Ceni contra seu ex-time. Trata-se de mais uma oportunidade para o técnico do Flamengo se aproximar daquilo que sempre viu de longe na capital cearense.
Antes de deixar o clube tricolor, onde era ídolo e fazia um dos trabalhos mais duradouros do futebol brasileiro, Ceni nunca escondeu que tinha o desejo de trabalhar onde tivesse condições de brigar por títulos de maior expressão.
No Flamengo, foi isso que encontrou. O problema é que o que restou para ele nesta temporada foi apenas o Campeonato Brasileiro. Desde que chegou ao clube rubro-negro, Ceni viu o time cair na Copa do Brasil, para o São Paulo, e na Libertadores, diante do Racing. Para o ex-goleiro manter vivo o sonho da primeira grande conquista como treinador, o Fortaleza, por quem guarda tanto carinho, terá de “pagar o pato” esta noite.
A vitória é fundamental para o Flamengo seguir próximo do São Paulo, líder da competição. O time paulista tem cinco pontos e um jogo a mais que o adversário carioca, com uma diferença que pode ser boa para o rubro-negro: ao menos na teoria, a tarefa da equipe de Fernando Diniz é mais difícil, já que ela enfrentará o Fluminense no Maracanã.
Para a partida, Rogério Ceni terá três desfalques importantes: Filipe Luís, suspenso com três cartões amarelos, Gabigol, que foi expulso contra o Bahia por xingar a arbitragem, e o goleiro Diego Alves, com dores musculares.
Não há mistérios quanto aos substitutos no Castelão. Renê deve entrar na lateral esquerda enquanto Pedro deve ser o centroavante e atuar ao lado de Bruno Henrique. O jogador é o artilheiro do time na temporada, com 21 gols em 41 partidas. No gol, entra Hugo.
Outra novidade na equipe será o retorno de Willian Arão, que se recuperou de problema muscular e deve começar o jogo. Ele tem sido um ponto de regularidade na equipe em 2020. É quem mais defendeu o Flamengo na temporada até aqui, com 46 partidas disputadas.
Será apenas o décimo jogo do atual campeão brasileiro e da Libertadores sobre o comando de Rogério Ceni. Em nove partidas,contando todas as competições, foram quatro vitórias, três empates e duas derrotas. Os quatro triunfos foram justamente no Brasileiro, o que explica que esteja tão bem na briga pelo título.
Gerson em campo
Já à frente do Fortaleza, a história do treinador é bem mais longa. Em praticamente dois anos na capital cearense — ele teve uma curta passagem pelo Cruzeiro em 2019 —, Ceni conseguiu dois títulos cearenses, um título da Copa do Nordeste e um da Série B do Campeonato Brasileiro.
Além de Rogério Ceni, outro protagonista do jogo é o meia Gerson. Depois de ter acusado Ramírez de racismo durante a partida contra o Bahia e diante da gravidade do caso, estará com os holofotes do Castelão apontados sobre ele neste sábado.
A se observar como Gerson vai se comportar na partida. Foi uma semana emocionalmente desgastante. O meia teve de lidar com o suposto racismo em campo e com a repercussão fora dele, incluindo a ida à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), na última terça-feira, na Cidade da Polícia, para prestar depoimento.
Nas investigações que estão sendo conduzidas, outras partes envolvidas no caso, incluindo o próprio Ramírez, acusado de ter dito “cala a boca, negro”, deverão ser ouvidas. Não está descartado nem mesmo um novo depoimento do jogador rubro-negro.
O Flamengo tem oferecido todo o suporte necessário ao jogador, tanto psicologicamente quanto na área jurídica. O apoio dos companheiros de elenco também tem sido grande, desde a partida contra os baianos. Gerson é um dos mais queridos no vestiário.