Com a construção do estádio próprio como principal pilar da campanha, o advogado Rodrigo Dunshee lançou sua candidatura à presidência do Flamengo na noite desta segunda-feira, em evento no Jockey Club, na Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Atual vice-presidente geral e jurídico do clube, Dunshee conta com o apoio do presidente Rodolfo Landim, que esteve ao lado do candidato no palco.
Ao lado de Dunshee na chapa "UNIFLA", está Marcos Bodin, empresário do ramo financeiro e imobiliário. Ele é o atual vice-presidente de Patrimônio do clube e o executivo responsável pelo projeto do estádio do Flamengo no terreno do Gasômetro.
Durante o evento, foi divulgada a primeira imagem de uma projeção do novo estádio por dentro. Ainda não há um projeto definitivo, mas a chapa reafirmou a previsão de entrega da nova casa rubro-negra: dia 15 de novembro de 2029, dia do aniversário do clube.
A chapa também se comprometeu a viabilizar a construção do estádio sem utilizar as receitas recorrentes do departamento de futebol. Para isso, pretende obter recursos com a venda dos naming rigths do local, do potencial construtivo da Gávea, por meio de parcerias e patrocinadores e ativações com os torcedores.
— O estádio é um compromisso da nossa gestão, só a nossa candidatura se comprometeu com isso. A gente realizou a compra de um terreno que ninguém acreditava. O terreno é nosso, a chave do terreno está aqui. Esse é o principal ponto de infraestrutura nosso — afirmou Dunshee.
Ao longo da apresentação, Dunshee enumerou as conquistas recentes do clube e projetou um futuro ainda mais promissor em todos os esportes. Ele também prometeu mudanças no departamento de futebol.
— Vamos profissionalizar diretamente o departamento de futebol. O Marcos (Braz) já disse que vai sair, está cansado. Ele prestou serviços ao Flamengo inequívocos, o Flamengo está na gestão mais vitoriosa do clube. Mas o ciclo do Marcos já se encerrou, ele mesmo não quer ficar. Então vamos trazer um diretor de futebol técnico, alguém que tenha uma história muito bacana com o futebol como profissional — afirmou.
A eleição do Flamengo, que escolherá o presidente para o triênio 2025/2026/2027, está marcada para o dia 9 de dezembro, das 8h às 21h. Até o momento, cinco chapas anunciaram candidaturas: Luiz Eduardo Baptista (Bap); Maurício Gomes de Mattos; Pedro Paulo; Rodrigo Dunshee e Wallim Vasconcellos.
Adversários discordam de posicionamento da situação
Procurados pelo GLOBO, alguns dos adversários de Rodrigo Dunshee nas eleições do Flamengo discordaram da posição de Rodolfo Landim (leia as notas completas abaixo). A cerca de dois meses da votação, os participantes afirmam terem seus próprios planos de colocar o estádio rubro-negro de pé.
Maurício Gomes de Matos, por exemplo, afirma que fez um estudo de viabilidade para a construção do novo estádio do Flamengo “antes mesmo da votação no Conselho Deliberativo”. O ex-vice de Embaixadas durante a gestão de Landim reforçou que, se for eleito, o projeto terá continuidade sem a necessidade de que o clube se torne SAF.
— Calculamos três cenários para a construção do estádio. Estamos propondo alternativas para obter a receita e temos certeza de que podemos realizar esse desafio — falou Gomes de Mattos.
Luiz Eduardo Baptista, o BAP, também reforçou que não tem a intenção de tornar o futebol do Flamengo uma SAF para viabilizar financeiramente a construção do estádio. Atual presidente do Conselho de Administração do clube, BAP valorizou os membros que compõem sua chapa.
— Nosso grupo conta com nomes como o de Rodrigo Tostes, atual CFO da Light que atuou como CFO e COO no Comitê Olímpico Rio 2016 e tem experiência relevante em mega projetos, construção e operação de estádios; Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, que vai contribuir com tecnologia e inovação; além de Claudio Pracowinik, presidente da Bolsa de Valores do RJ e eleito uma das 500 pessoas mais influentes da América latina em 2024, com enorme conhecimento em estruturação e funding — disse BAP.
Leia as notas enviadas pelos candidatos
Maurício Gomes de Mattos
É muito ruim para o processo eleitoral que o atual presidente, e candidato a CEO, dê uma declaração como essa. Como pode condicionar o sonho de uma Nação a eleição do candidato que ele defende? Isso não é compatível com o tamanho do Flamengo.
A nossa chapa fez um estudo de viabilidade para a construção do estádio, antes mesmo da votação no Conselho Deliberativo, descartando totalmente a necessidade de se recorrer à SAF. Calculamos três cenários para a construção do estádio, estamos propondo alternativas para obter a receita e temos certeza de que podemos realizar esse desafio. O nosso estudo, inclusive, está à disposição da diretoria, dos sócios e da torcida, pois acreditamos que esse é um projeto para o Flamengo e não de uma campanha.
Luiz Eduardo Baptista (BAP)
A chapa Bap e Willeman vai construir o estádio, sem nenhum risco de comprometimento da independência do Flamengo, sem transformar o clube em SAF e sem afetar sua performance esportiva. No dia seguinte à aprovação do Conselho Deliberativo à participação do clube no leilão para a compra do terreno do Gasômetro, Bap se reuniu com profissionais com experiência em financiamento, construção e operação de estádios e deu início ao planejamento do projeto.
Nosso grupo conta com nomes como o de Rodrigo Tostes, atual CFO da Light e líder do projeto de transformação da companhia. Ele atuou como CFO e COO no Comitê Olímpico Rio 2016 e tem experiência relevante em mega projetos, construção e operação de estádios. Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, que vai contribuir com tecnologia e inovação, além de Claudio Pracowinik, presidente da Bolsa de Valores do RJ e eleito uma das 500 pessoas mais influentes da América latina em 2024, com enorme conhecimento em estruturação e funding.
Todos os passos estão sendo dados para assumir em janeiro e cumprir os prazos, mas para isso é preciso evoluir. O Flamengo precisa aumentar receitas, buscar novos negócios, implantar a profissionalização total.
Estima-se um crescimento gradual de 50% nas receitas totais do clube, passando de R$ 1,4 bilhão para R$ 2,1 bilhões, ao longo de seis anos, assim como o aumento gradual do EBITDA de 22% para 31%, atingindo R$ 2,9 bi (de 2025 a 2030), gerando recursos incrementais da ordem de R$ 1,1 bi.
Caso os objetivos financeiros não sejam plenamente realizados, o endividamento potencial poderá ser limitado a 30%, com um valor máximo de R$ 700 milhões entre 2027 e 2030.
“É preciso ter um elenco altamente qualificado, como o que conseguimos reunir para construir o estádio do Flamengo, sem comprometer a soberania do clube e sem abrir mão de nosso desempenho esportivo. Vencer e conquistar títulos é a vocação rubro-negra”, diz Bap.