Com cinco integrantes, "Fla Qatar" se prepara para receber rubro-negros até de Vietnã e Escócia

Um rubro-negro no deserto: Marcos - com o nome de um dos filhos na camisa, é responsável pela "Fla Qatar" — Foto: Arquivo pessoal

Um rubro-negro no deserto: Marcos - com o nome de um dos filhos na camisa, é responsável pela "Fla Qatar" — Foto: Arquivo pessoal

Dentre milhões espalhados pelo Brasil e pelo mundo, eles são cinco. Brasileiros, torcedores do Flamengo e que moram em Doha, capital do Catar que nos próximos dias se tornará a meca do futebol. Depois de roerem o osso tendo que acompanhar a atual fase de ouro do time de coração a milhares de quilômetros de distância, pelo laptop, celular e no meio da madrugada reunidos num quarto, é hora do auge da longínqua torcida acompanhar de perto o Rubro-Negro. E justo no Mundial.

Responsável pelo consulado "Fla Qatar" – reconhecido oficialmente pelo clube recentemente, e que não é tido como embaixada pelo baixo número de integrantes – Marcos Dunlop vive dias movimentados antes da invasão rubro-negra a Doha.

- Tenho recebido muito e-mail perguntando dicas sobre o país, cidade, onde ficar. Preparei lista de hotéis para galera, e costumes do país. Recebi e-mails de um brasileiro e rubro-negro que mora no Vietnã, outro da Escócia, eles vêm para o Mundial. Também tem um grupo de WhatsApp. Começou com o amigo, amigo do amigo e já tem 200 torcedores. Trocamos dicas, mando coisas daqui – afirma Dunlop.

Logo da Fla Qatar com urubu e camelo foi feito pelo torcedor João Pedro — Foto: Arquivo pessoal

Logo da Fla Qatar com urubu e camelo foi feito pelo torcedor João Pedro — Foto: Arquivo pessoal

Entre e-mails e mensagens pelo Instagram foram dezenas de contatos.

Em grupos de WhatsApp de torcedores circulam dicas, muitas delas das restrições etílicas, do alto preço da cerveja (entre 35 e 50 reais nos bares e restaurantes de hotéis), e até de noitadas, mas sempre com o alerta para os costumes e restrições locais.

Antes de voltar a acompanhar o time no estádio para curar uma lacuna emocional, a "Fla Qatar" faz malabarismo para seguir, mesmo que a 11,5 mil quilômetros de distância, o time de coração.

- Acompanhamos alguns jogos do Brasileiro pelo laptop, celular, a FLATV para fora do Brasil passa só a imagem. A Libertadores tem o BeIN, canal de esportes da Al Jazeera (TV local). Aí conseguimos ver pela televisão. Mas tem a questão do fuso que atrapalha (em Doha são seis horas a mais em relação ao horário de Brasília). A semifinal contra o Grêmio foi assim, começou às 3h30 daqui e depois fomos direto trabalhar – recorda.

Quatro dos cinco integrantes da Fla Qatar festejam título da Libertadores no quarto ornamentado que serve para reunir em dias de jogos — Foto: Arquivo pessoal

Quatro dos cinco integrantes da Fla Qatar festejam título da Libertadores no quarto ornamentado que serve para reunir em dias de jogos — Foto: Arquivo pessoal

Marcos Dunlop está há três meses em Doha a trabalho. Aos 38 anos, lembra que nasceu em um ano vitorioso para o Flamengo.

- Nasci em janeiro de 81, ano do primeiro título mundial, e de repente vou ver o segundo de perto. Se Zico quiser – sonha, usando o eterno camisa 10 da Gávea na expressão original de “se Deus quiser”.

A "Fla Qatar" já até teve mais componentes, mas que já não estão mais no país. Restaram cinco oficiais, que se juntarão aos milhares que já começam a se deslocar para a capital do Catar (embora o país seja escrito com a letra "Q" na língua inglesa, no português é com "C"), e não somente saindo do Brasil.

O ponto de encontro de torcedores do Flamengo será no Belgian Café Doha, que apesar do nome funciona como bar-restaurante, com direito a cerveja. A "Fla Qatar" marcará presença. Terá esquenta antes da semifinal do dia 17. Caso o time avance, também na final.

Fonte: Globo Esporte