Com Brie de volta, Sesc-Flamengo precisa vencer Praia Clube para seguir vivo na Superliga

Foram 50 minutos de papo entre o técnico Bernardinho e as jogadoras do Sesc-Flamengo, no vestiário do Maracanãzinho, antes do treino técnico da manhã desta quinta-feira (11/4). Uma longa conversa em que o treinador desfiou toda a sua experiência para colocar o foco das atletas na partida decisiva contra o Praia Clube, de Uberlândia. O time do Rio perdeu o primeiro jogo das semifinais da Superliga Feminina de Vôlei na segunda-feira, dia 8, por 3 sets a 2 , com parciais 19/25, 25/20, 25/19, 22/25 e 15/9. Precisa vencer para forçar um terceiro jogo e seguir vivo na competição, e conta com a volta da levantadora Brie King, recuperada de uma dengue . Se o Praia Clube for vitorioso, se garante na final. A partida começa às 18h30 desta sexta-feira (12/4) e terá transmissão do sportv2 e tem por real do ge.

Brie King vai jogar a segunda partida da série, nesta sexta — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

- Jogar em um time como o Sesc-Flamengo é um privilégio, e todo privilégio vem acompanhado de uma responsabilidade. Vamos tentar o nosso melhor, tentar essa vitória de qualquer maneira, porque uma vitória nos proporciona continuar com tudo isso, com esse projeto. A gente sabe que tem um grande adversário pela frente, e que esse adversário também tem seus objetivos. Os nossos objetivos vão muito além da quadra, a gente quer impactar pessoas, quer influenciar jovens pelo esporte - disse o treinador em entrevista ao ge enquanto as jogadoras faziam o aquecimento.

Sesc-Flamengo perdeu o jogo 1 da semifinal Superliga 23/24 e precisa vencer o jogo 2 — Foto: Eliezer Esportes/Praia Clube

Com apenas duas derrotas na temporada 2023/24, o time carioca chegou a 92,4% de aproveitamento na fase classificatória, a melhor campanha da Superliga antes do mata-mata. Nas quartas, passou pelo Barueri com duas vitórias e nenhuma derrota. Agora, nas semifinais, enfrenta seu maior desafio na temporada.

- Claro que você quer ganhar sempre, você quer ser vitorioso. Mas o mais bacana é a consistência dessa história toda. A parceria com o Sesc nos deu tranquilidade, alguns anos para trabalhar. A primeira fase só foi tão boa porque nós conseguimos manter um grupo de trabalho por duas temporadas consecutivas, o que nos proporcionou a possibilidade de conquistar resultados, e isso atraiu mais gente para o público. Gente apaixonada por vôlei, gente apaixonada pelo Flamengo. E isso vai nos dando condições de fazer o mais importante: transmitir valores para os jovens do público e arrecadar mais alimentos para doação - comentou Bernardinho.

Bernardinho: "Como time a gente perde e como time a gente ganha" — Foto: Reprodução

O Sesc teve o maior público da temporada até o momento, 6.772 pessoas no duelo contra o Fluminense na primeira fase. Para o jogo desta noite, já tinham sido vendidos, na manhã de quinta-feira, 8.500 dos 10.000 ingressos colocados à venda, novo recorde. Parte da bilheteria arrecadada ao longo da temporada foi transformada em doação de alimentos para as instituições atendidas pelo projeto Mesa Brasil, o que só tem crescido: de 13 toneladas de alimentos na temporada 2021/2022 e 28 toneladas na de 2022/2023, chegou-se a 40 toneladas esse ano, na de 2023/2024. Bernardinho destacou a importância desses números e explicou que está claro, para cada jogadora, que perder também é do jogo.

- O bonito dessa história é que nunca fomos cobrados pelo resultado, nós é que nos cobramos. É luta permanente, estamos sempre ali brigando, esse é um time competitivo. O momento é de tensão? É natural. Acho até bom para muitas jovens que nunca viveram isso para verem que o esporte tem disso. Tem que aprender a conviver com isso e dar o melhor. No fim das contas, temos que sair de quadra nos perguntando: fizemos o nosso melhor? A pergunta é sempre essa depois de uma derrota.

A volta de Brie King depois de ficar fora de jogo por causa de dengue tem sido celebrada, mas o treinador faz questão de estabelecer que a derrota não foi influenciada pela sua ausência.

- Nós não perdemos porque a Brie não jogou. A Rose fez uma excelente partida, uma prova de fogo para uma menina que jogou pouco na temporada, já que a Brie se tornou uma das melhores levantadoras da Superliga, titular por mérito. Mas é claro que a volta de uma titular, de uma jogadora que é um dos pilares do time, traz segurança, confiança. Ter todas as nossas atletas à disposição é muito importante. Mas não vamos ganhar porque ela voltou e não perdemos porque ela não jogou. Nós somos um time. Como time a gente perde e como time a gente ganha.

Fonte: Globo Esporte