O Flamengo não tem mais chances matemáticas de chegar ao título do Campeonato Brasileiro. A boa exibição no empate em 0 a 0 com o Fortaleza, umas das equipes mais fortes do torneio — que segue com chances remotas de título —, nesta última terça-feira, em plena Arena Castelão, deixa a impressão de que o rubro-negro poderia ir ainda mais longe nesta temporada.
Filipe Luís, que completou 12 jogos e fechará o campeonato com 15 no comando do clube, faz grande trabalho, com apenas uma derrota (em clássico contra o Fluminense). O Flamengo usa bem todos os seus recursos ofensivos disponíveis (principalmente) e é uma equipe equilibrada, capaz de controlar todas as fases do jogo, como fez ontem.
Ainda há problemas de definição, que pesaram no empate, no qual o técnico utilizou três atacantes de velocidade ao lado de Gabigol, que voltou do afastamento pelo qual passava desde a final da Copa do Brasil. Mas os números falam pelo treinador: o rubro-negro tem 15 gols marcados (contra 7 sofridos), sete vitórias e quatro empates neste período. Um aproveitamento de 69,4%.
Na terça, jogando fora de casa, a equipe buscou o gol e teve boas chances com Gabigol, Plata e Michael. Na segunda etapa, mesmo com Pulgar expulso, ainda teve boa oportunidade com Alcaraz, evitada pelo goleiro João Ricardo.
— Sinceramente, não penso no ano que vem. Penso no jogo do Inter. A partir de hoje, no avião, vou começar a pensar o jogo do Inter. Jogamos contra eles, foi um grande jogo, é um adversário que está, se não me engano, há 15 jogos sem perder. É a única coisa que me interessa, que está no meu controle. Motivar os jogadores é fácil porque eles estão com a camisa do Flamengo. Eles mesmos se motivam. O compromisso dos jogadores hoje foi o melhor possível — elogiou Filipe após a partida, prometendo seriedade até o fim do Brasileirão.
Já classificado à fase de grupos da Libertadores por ter vencido a Copa do Brasil, o Flamengo apenas cumpre tabela até o fim do campeonato. Com toda a turbulência que viveu, dos problemas do departamento de futebol à pressão sobre a antiga comissão técnica, passando pelos problemas em série com lesões, o rubro-negro encerra o ano de forma tranquila, com um título nacional na prateleira e com calendário continental garantido. Mas fica a impressão de que a disputa pelo título brasileiro até o fim era possível.