Faltando uma semana para o início de 2025, Botafogo, Flamengo, Vasco e Fluminense andam a passos lentos no mercado da bola. Até o momento, apenas o tricolor tem um reforço confirmado para o elenco — o volante Hércules foi comprado do Fortaleza por R$ 29 milhões —, e a janela carioca vem sendo mais marcada por movimentos nos comandos dos departamentos de futebol. Enquanto isso, todos lidam com saídas de peças.
Especialmente, o alvinegro, campeão da Libertadores e do Brasileirão, que vem sendo alvo constante de especulações sobre seus principais jogadores e o treinador Artur Jorge. O rubro-negro, que conquistou a Copa do Brasil, está sob nova direção e calcula os próximos passos, assim como o cruz-maltino, agora comandado por Fábio Carille. Já o Fluminense vem mudando sua estratégia de mercado.
Após investir em muitos jogadores experientes no início de 2024 e amargar uma temporada decepcionante, o tricolor tenta apostar agora em jogadores promissores. O primeiro indício disso foi a contratação de Hércules, volante de 24 anos que já se tornou a contratação mais cara da História do clube. Enquanto isso, permite a saída de alguns veteranos, como Felipe Melo e Felipe Alves.
O Botafogo vem sendo ameaçado pelo que pode ser uma debandada, já que, além de deixar sair nomes como Tchê Tchê, Eduardo e Marçal, também perderá Thiago Almada, que irá para o Lyon (França), e vê nomes como Luiz Henrique, Igor Jesus e Savarino serem envolvidos em rumores. Artur Jorge, que vem tentando uma valorização salarial, ainda discutirá o futuro.
Flamengo e Vasco passam por mudanças de comando diferentes. O primeiro está no momento de transição para a gestão de Luiz Eduardo Baptista, eleito novo presidente, a partir de 1º de janeiro, e sequer especula nomes. A temporada deverá ser marcada por um freio nos gastos, já que o investimento em contratações subiu bastante em 2024, e também será preciso direcionar verbas para o projeto do estádio rubro-negro.
Já o cruz-maltino começa a avançar mais no mercado, e chegou a acertos com o volante Tchê Tchê, livre no mercado após deixar o Botafogo, o zagueiro Lucas Freitas, que estava emprestado pelo Palmeiras ao Juventude, e o goleiro Daniel Fuzato, do Eibar (Espanha). A reformulação no elenco promete ser bastante ampla, enquanto o clube ainda busca novo investidor para controlar a SAF.
Bastidores
Até agora, os movimentos mais significativos dos grandes cariocas estão nos bastidores. O Vasco, por exemplo, demorou para definir um treinador. Primeiro, não chegou a acordos com Pedro Caixinha e Renato Gaúcho, e então acertou com Fábio Carille. A confirmação do nome destrava as ações da diretoria. O clube busca, principalmente, um zagueiro, um meio-campo e um ponta-esquerda.
Já no Flamengo, a chegada do diretor técnico português José Boto ocorre em meio a uma janela de maior cautela financeira da nova diretoria. O clube, porém, necessita de ao menos um atacante, após a saída de Gabigol — seu contrato terminou, assim como o do zagueiro David Luiz. O nome de Róger Guedes, hoje no Al-Rayyan-CAT, chegou a ser citado, mas ainda sem avanços.
De qualquer forma, os maiores reforços devem ser os retornos de jogadores fundamentais que perderam a segunda metade da temporada com lesões graves: os atacantes Pedro e Everton Cebolinha, e o lateral-esquerdo Matías Viña. As recuperações totais dos meias Arrascaeta e De La Cruz e do ponta Luiz Araújo também são prioridade.
O Botafogo vive o dilema de talvez precisar se movimentar no mercado sem saber se Artur Jorge continuará no comando. Em tese, a prioridade é a contratação de um zagueiro, por conta do fim do empréstimo de Adryelson, que voltará ao Lyon, e o aperfeiçoamento de um elenco campeão. Só que as possíveis saídas podem requerer que o clube seja mais enérgico no mercado. Até agora, são cogitados os meias Bitello (Dínamo Moscou-RUS) e Iker Muniain (San Lorenzo-ARG), e o zagueiro Jair (Santos).
Por sua vez, o Fluminense resolveu rapidamente as questões fora de campo com a definição da continuidade de Mano Menezes. A escolha da gestão de Mário Bittencourt o transforma no responsável por fazer o elenco se tornar mais competitivo através de jogadores mais físicos, em todos os setores.