Cobertor curto? Com defesa agora em alta, Flamengo vê produção ofensiva cair nos últimos jogos

No primeiro jogo do interino Marcelo Salles, o Flamengo teve grande atuação diante do Fortaleza: venceu por 2 a 0 "fora o baile" e levou poucos sustos no Estádio Nilton Santos. Foi uma amostra para a torcida rubro-negra, até então preocupada por sofrer gols em praticamente todos os jogos, de que é possível continuar jogando bem de forma ofensiva e ao mesmo tempo melhorar a marcação. Mas as últimas partidas têm deixado uma dúvida sobre o tema.

Tanto na vitória sobre o Corinthians, pela Copa do Brasil, quanto no empate com o Fluminense, no Brasileirão, o Flamengo criou e finalizou menos do que o habitual. O "Fera", como é conhecido o interino rubro-negro, de fato deu um jeito na defesa, que pela primeira vez no ano completou três jogos seguidos sem ser vazada. Seria a queda de rendimento ofensivo uma coincidência ou é a velha história do "cobertor curto", que cobre de um lado e descobre do outro?

Contra o Corinthians e no Fla-Flu, o time finalizou nove vezes e teve quatro chances reais de marcar em cada duelo. Números abaixo de seu habitual até aqui em jogos pelas mesmas competições. Na Copa do Brasil, o Flamengo em duas partidas teve média de 10 chutes e cinco oportunidades de gols, enquanto no Brasileiro, em seis rodadas – sem considerar as partidas com reservas diante de São Paulo e Chapecoense –, a média aproximada foi de 16 conclusões e sete chances claras.

Na saída do Maracanã, os jogadores rubro-negros minimizaram a queda momentânea dos números ofensivos. Artilheiro do time na temporada com 13 gols, empatado com Bruno Henrique, Gabigol foi um deles. O camisa 9 citou os gols marcados sobre Corinthians e Fortaleza para defender o setor ofensivo e negar que o ataque esteja em má fase:

– A gente fez dois gols contra o Fortaleza, um contra o Corinthians, não sei se pode dizer que o ataque está em baixa, só não fez gol hoje. Acho que o ataque anda super bem e a zaga também, melhorou bastante. Obviamente isso começa com a gente ali na frente, ajudando eles. Foi o terceiro jogo sem tomar gol, acho que estamos melhorando nos dois quesitos, continuar a fazer gols e a não tomar – argumentou o atacante.

Por sua vez, Everton Ribeiro também exaltou o terceiro jogo seguido sem ser vazado e atribuiu a falta de gols no clássico pelo lado técnico. O meia alertou o time para ser mais cirúrgico em partidas com poucas chances claras, como aconteceu diante do Corinthians e o Flamengo venceu mesmo sem jogar bem na última terça-feira.

– Mais um jogo sem tomar gol, mas a gente precisava melhorar um pouquinho a saída de bola. (...) Poderia sair melhor e, quando a bola chegasse na frente, caprichar mais, acertar mais tecnicamente. Hoje fomos abaixo, por isso se criou mais dificuldade, mesmo assim tivemos chances. Quando a equipe não está tão bem assim tecnicamente, nas chances que criar tem que matar – reconheceu o camisa 7.

O Flamengo se reapresenta já na tarde desta segunda-feira, no Ninho do Urubu, em dia de apresentação oficial do novo técnico do clube, o português Jorge Jesus. O Rubro-Negro faz seu último jogo antes da paralisação para a Copa América na quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o CSA no Mané Garrincha, em Brasília.

Produção ofensiva nos últimos jogos:

Fluminense 0 x 0 Flamengo

  • Chance real: 4
  • Finalizações: 9

Flamengo 1 x 0 Corinthians

  • Chance real: 4
  • Finalizações: 9

Flamengo 2 x 0 Fortaleza

  • Chance real: 10
  • Finalizações: 21

Flamengo 3 x 2 Athletico-PR

  • Chance real: 5
  • Finalizações 13

Atlético-MG 2 x 1 Flamengo

  • Chance real: 10
  • Finalizações: 23

Corinthians 0 x 1 Flamengo

  • Chance real: 6
  • Finalizações: 11

Internacional 2 x 1 Flamengo

  • Chance real: 3
  • Finalizações: 12

Flamengo 3 x 1 Cruzeiro

  • Chance real: 7
  • Finalizações: 16

Fonte: Globo Esporte
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