Cinco coisas que você precisa saber sobre Diego Alves, novo goleiro do Fla

O Flamengo ainda não anunciou o goleiro Diego Alves, já que depende de exames médicos e assinatura do contrato, mas a expectativa é alta entre os torcedores rubro-negros. Aos 32 anos, o jogador vai firmar vínculo de três anos e meio com o Rubro-Negro de olho na Copa do Mundo da Rússia, no ano que vem.

O GloboEsporte.com resgatou histórias sobre o goleiro, feitos de sua trajetória na Europa, além de histórias de vida do jogador. Ouviu também depoimentos de jornalistas que acompanharam o goleiro nos últimos anos no Valencia. Confira abaixo cinco curiosidades sobre Diego Alves.

Paredão nos pênaltis

A marca é impressionante. Veja com mais detalhes no infográfico que a equipe do GloboEsporte.com produziu para entrevista com o goleiro há menos de um mês. A média é de quase uma defesa a cada duas cobranças de pênalti (51% de aproveitamento no período no futebol espanhol). Na Liga Espanhola, 22 defesas em 49 cobranças - além do recorde de seis defesas em 11 batidas na temporada 2016/2017.

Contra Cristiano Ronaldo, retrospecto positivo. Apenas um gol sofrido em quatro cobranças. Diego também defendeu batidas de Messi - embora seja uma das principais vítimas do argentino do Barcelona, com 21 gols sofridos em 17 duelos - e de Griezmann (Atlético de Madrid).

- Acho que a fama de pegador de pênaltis já está ao meu favor. Todos que vão bater um pênalti, pelo menos era o que eu sentia, até quando conversava no final de um jogo, eu sinto que essa fama já faz pressão ir para o cobrador - disse em entrevista ao GloboEsporte.com.

Autor da entrevista com Diego, Rodrigo Cerqueira, do GloboEsporte.com, que acompanha os principais campeonatos do mundo, destaca a trajetória consistente do goleiro até se tornar manchete em todos cantos do mundo com a fama de pegador de pênaltis. Ele lembra que o goleiro superou grave lesão no joelho, que o afastou dos campos por oito meses.

- Diego é mais do que um grande pegador de pênaltis, ainda que não seja um goleiro comparável a Buffon, por exemplo. Sofreu com os problemas do Valencia nos últimos anos, quando o clube não conseguiu montar equipes competitivas, e cometeu equívocos em algumas transferências. Mesmo assim, o goleiro recuperou a condição de titular e ídolo do Valencia - lembra o jornalista do GloboEsporte.com.

Saideira polêmica

Em 10 temporadas na Europa, Diego Alves se credenciou como jogador com potencial para a seleção brasileira. Estava na lista dos amistosos recentes com Tite e também foi convocado por Felipão e Mano Menezes em outras oportunidades - são 21 convocações ao todo.

Depois quatro temporadas no Almería e seis pelo Valencia, a volta ao futebol brasileiro não era exatamente como sonhou o goleiro.

- Diego jogou mais de 200 partidas no Mestalla (estádio do Valencia), sendo chave em muitos momentos. No ano passado esteve a ponto de sair quando recebeu boas propostas, mas ficou, e o Valencia liberou Mat Ryan para que Alves fosse titular outra vez - conta Toni Calero, do jornal "Las Provincias", de Valencia.

A última temporada, definitivamente, não foi boa para Diego Alves e para o seu clube. Já era intenção do Valencia negociá-lo. Houve também "desencontros com a torcida", como define Calero.

O jornalista Pascual Calabuig, do Superdeporte, lembra que Diego Alves sempre foi um jogador querido pelos torcedores do Valencia. No entanto, alguns episódios no fim da temporada passada arranharam um pouco sua imagem. Assim como do argentino Enzo Perez, outro que foi negociado pelo Valencia - e vai defender o River Plate.

- Diego foi acusado de debochar das vaias da torcida do Valencia. Esse gesto com o Enzo Perez desagradou aos torcedores, que passaram a lhe criticar nos últimos jogos. Mas, em geral, foi respeitado como grande goleiro do Valencia - afirma o jornalista espanhol.

O "x-tudo" de Ribeirão Preto

Nascido no Rio de Janeiro, Diego foi morar em Ribeirão Preto, interior paulista, ainda criança. Na pré-adolescência, já atuando em times da cidade, engordou 20 quilos em função de tratamento contra paralisia facial.

- Cheguei a pesar 70 quilos, era obeso. Mesmo assim, sempre segui fazendo esporte, não fiz dieta. Eu procurava correr. O próprio treinamento me ajudou a emagrecer. Nunca deixei de jogar bola, já no gol. Quando cheguei aos 12, cresci e voltei a ficar magro - contou o goleiro em entrevista ao portal "Uol", em 2012.

Até hoje os velhos amigos o chama de "x-tudo". O site oficial do jogador, por sinal, tem um "x" no endereço eletrônico. Confira: www.diegox.com.br.

A rivalidade com Bruno, ex-goleiro do Flamengo

Diego Alves e Bruno, ex-goleiro do Flamengo, condenado por participação no assassinato de Eliza Samudio, foram rivais quando defendiam as mesmas cores. Formados na base do Atlético-MG, os dois disputavam a camisa 1 do Galo desde os juniores. As discussões e até o ciúme de Bruno com Diego Alves, que assumiu a vaga de titular assim que chegou ao Galo, irritaram o ex-goleiro do Flamengo.

- Bruno tinha um ciúme doentio do Diego, pois era superado na parte técnica e via o concorrente ser convocado constantemente para a Seleção - contou ao jornal mineiro "Hoje em dia" um antigo funcionário do Galo.

A flor da primavera

O destaque no Brasil foi pequeno. Diego saiu cedo para a Espanha. Mas a tempo de encantar a imprensa brasileira. O jornalista Armando Nogueira, falecido em 2010, dedicou uma crônica ao então goleiro do Atlético-MG, após empate dos mineiros com o Corinthians.

"Mãos que afagam a bola entre luvas que se abrem em forma de cálice. Flores da primavera. Eu desconfio que cada dedo das mãos de Diego esconde ímãs. Este rapaz tem dos felinos o sigilo e a destreza. Para não dizer que o que ele faz mesmo em campo é mágica. Direi agora o que disse uma vez de um colega seu da URSS, Dasaev, que deslumbrava os campos europeus nos anos 1980: é mais fácil fazer um gol do que fazer goleiro como tu, Diego".

Fonte: Globo Esporte